E eu leio
aqui e ali, ouço cá e acolá e quanto mais ouço e leio, mais me convenço que
estamos caminhando a passos largos para a bestialidade social, onde o respeito de
qualquer natureza há muito desapareceu, transformando os meios de comunicação
em facas e até mesmo em machados afiados que quando não matam, certamente aleijam.
Tudo isto é
lamentável quando penso nas letras, nas formações das frases e nos textos que
já foram escritos, relíquias da comunicação.
Busco então,
o início da derrocada e no rolo mental do filme das recordações, chego na
década de oitenta, quando o jornalismo televisivo, na corrida da audiência, se
tornou mais agressivo, invasivo e desrespeitoso.
A busca da
luz do sucesso, foi encobrindo vidas, ofuscando fatos distorcendo realidades e
descortinando sem qualquer pudor o lado incestuoso da criatura humana, que de
um momento para o outro, fez da lauda bendita do jornalismo, papel descartável
de uma limpa bunda interminável.
Que pena,
meu Deus...
Talentos
jogados fora, vidas que são manchadas, interesses pequenos que se infiltram no
bico de qualquer pena, somente para denegrir, borrando páginas ainda em branco,
com a sordidez dos interesses menores.
Volto a
pensar nas letras, nas frases e nos textos, reconhecendo com amargura que a inteligência
e a criatividade, foram sendo esmagados pela esperteza, pelo imediatismo e pelo
falso brilho dos instantes de glória em detrimento de uma informação segura.
Jornalismo,
onde estás, já que raramente te encontro?
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