Pelo menos
não deveria doer, ainda mais em época eleitoral, mas não é assim que acontece,
provavelmente por falta de consistência de propósitos reais, ao longo do tempo,
desviar-se do foco, transformou os discursos em batalhas verbais tão
inconsistentes, quanto inúteis a qualquer orientação ou propósito sério aos
cidadãos.
Cada item
falado é um genérico mesclado com uma dosagem adocicada de emoção que confunde
e fatalmente engana, levando o povo, em sua maioria simples, a conclusões
eufóricas, fazendo das pessoas marionetes de uma sempre desejada glória que se
perpetua, tão somente, como esperança circense dos espetáculos repetitivos, que
chamam de democracia, pena que seja sempre reservada à poucos.
E junto a este
toma lá, dá cá de abusos e agressões, inserem-se os “vou fazer”, mas sempre sem
dizer como, não esquecendo jamais da reafirmação do “nada foi feito” e do “tá
tudo destruído”, golpe final de misericórdia nos corações sofridos dos mais
humildes, atingidos em cheio nas frustrações, absolutamente presentes nas
realidades de cada um dos espectadores, que inflamados pelos também sempre
presentes animadores de torcida, se contorcem em aplausos e gritos de vitória.
E o pior é
que geralmente ganham, afinal, já assistimos a este filme inúmeras vezes,
levando consigo nos quatro anos que se sucedem, a gloria da vitória, mas
deixando nos redutos de seus ardorosos discursos, o eco da dor e do abandono de
uma plateia inconsciente.
Chumbo
trocado não dói, mas rende um punhado de votos.
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