Ontem,
voltei a sentir a mesma emoção que pude experimentar em 2008 na comunidade da
Cesta do Povo e, novamente, deixei rolar gotas benditas de lágrimas e pude
observar que também o grandalhão do Claudio Neves, engolia em seco, na tentativa
de também camuflar o poder que a sua gratidão, produzia em si mesmo, frente aos
instantes de interatividade com o povo que mesmo passados tantos anos, o
recebia com extremo carinho.
E aí, eu que
acompanhei todo o caminhar de uma linda campanha, pude mensurar finalmente, o
grau de decepção e dor que a ingratidão produziu ao se infiltrar na alma deste
ser humano, cujo pecado foi o de tão somente, tirar o foco da luz que pairava
sobre ele, transferindo a outro.
Pensei então, enquanto os candidatos discursavam,
que tudo que nos culmina, independentemente do que nos tornemos no final das
contas,
é o conjunto
de nossas próprias honras, não necessariamente perfeitas e imunes de erros e
tropeços, mas repleta de expectativas e tentativas.
Pude também
compreender o porquê de ele pedir que tocasse a música SER HUMANO de Zeca Pagodinho,
que logo de pronto rejeitei, justo por achar que apenas EMOÇÃO de Roberto
Carlos, fosse capaz de retratá-lo.
Ledo engano,
na realidade ele queria ser visto e entendido como um alguém que
independentemente de ter isto ou aquilo, só desejou sempre ser para a cidade de
Itaparica “um ser humano”, onde sempre lhe foi possível despojar-se
de todas as amarras e vestimentas pesadas que o sistema social impõe.
Portanto,
neste momento em que tento expressar minhas mais significantes impressões sobre
o comício de ontem na Cesta do Povo, sinto-me livre para dizer que ganhando ou
perdendo no dia 2 de outubro, seremos sempre vencedores, pois conseguimos
apesar de todas as pedras que encontramos ao longo do caminho, permanecermos com
nossas almas libertas da invasão destrutiva do sentimento triste, pequeno e
mesquinho da ingratidão.
Concluo que
a alma que não abriga a gratidão, jamais conhecerá o amor.
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