Existe um
ditado popular que diz que não se pode ter tudo nesta vida.
Em diversas
ocasiões, achei que tudo isto era apenas balela, já que haviam exemplos bem
próximos de mim que me pareciam seres completos, pois nada parecia lhes faltar.
Ao mesmo
tempo, também bem próximo era possível observar o contrário, pois havia aquelas
criaturas que eram desprovidas senão de tudo pelo menos de quase tudo e este
antagonismo social não só me fascinava pelo contraponto gritante, como me
direcionou a inúmeros questionamentos e determinou a minha trajetória pessoal
de querer entender os paradoxos da vida em relação aos sistemas sociais e até
mesmo à Deus.
Comecei a
achar que Deus era o chefão do separatismo, pois se nem uma folha cairia de uma
árvore sem a sua vontade, por que, então, permitia a si mesmo, criar criaturas
tão díspares entre si?
Que
critérios ele se baseava para escolher esta ou aquela criatura e até mesmo
povos inteiros a serem mais e terem mais que outros?
Por que
criara o bem e o mal, se poderia tão somente criar o bem e deixar sua criação
humana seguir o seu rumo dentro de padrões menos cruéis?
Para que dar
mente e senso lógico a criatura humana e, ao mesmo tempo, deixa-la solta com um
tal de livre arbítrio para criar seus próprios parâmetros existenciais sem
sequer dar uma mãozinha de orientação?
Estaria Deus
fazendo um experimento ou, tão somente, foi enredado pela própria complexidade que
acabara de implantar na criatura humana, deixando, afinal, que ela mesma
buscasse alternativas?
Mas ainda
assim, não explicava para a minha mente curiosa as gritantes diferenças
estéticas, neurológicas e emocionais.
Passei então
a estudar os grandes pensadores e, não importando a origem e a época de suas
buscas, confesso que percebi exatamente as mesmas dúvidas e a mesma falta de
conclusão, levando-me a acreditar que cada um tentou desenhar em pensamentos e escritas
um Deus de acordo com a sua capacidade em assimila-lo, deixando sempre uma
larga margem para inúmeras interpretações filosóficas que são estudadas até
hoje, mas também percebi que houvera muitos que preferiram, mesmo repletos de
dúvidas, não fugir à regra, negando-o.
Querer ter tudo ao mesmo tempo, provavelmente,
está fora de cogitação, já que Deus não esqueceu de deixar um espaço sempre
aberto as atrações contraditórias que com o auxílio do livre arbítrio, circunstâncias
vivenciais, origem e coisa e tal, deixou reservado para a sua criação, sempre o
mal como um predisposto a atuação, manchando assim o ideal do perfeito, afinal,
só ele o poderia ser.
Mas seria parte
do perfeito a criação do mal?
Nenhum comentário:
Postar um comentário