Senhor, onde
estás que não te encontro em meio às disputas de interesses e poder, onde te escondes
embuçado aos céus, que entre nós nem a tua bendita sombra pode ser vista, muito
menos sentida?
Escrevo
sobre as rosas e as belezas que enxergo como válvula de escape das pressões e
agressões que mesmo que não estejam sendo dirigidas a mim, me atingem como golpes
desnecessários, que enfraquecem e tiram o brilho das esperanças que cultivo
avidamente, por acreditar que podemos como seres humanos racionais, nos
tornarmos mais humanos, menos brutais em nossos relacionamentos e proposições
pessoais.
Como loucos
selvagens, nos prendemos a falsas verdades que nos consomem, flagelando nossas
mentes e físicos e nos induzindo a acreditar que lutamos um bom combate, quando
na realidade, estamos nos perdendo em uma profusão de sentimentos inadequados,
que tiram de nós a lógica da isenta avaliação.
Senhor dos
desgraçados, dizei-me se é verdade ou se é mentira, tanto horror, senhor,
perante os céus!
O mesmo
horror de séculos passados, onde o poeta chorava em versos, a insensatez da
ganância e do poder.
Penso então,
nas rosas que perfumadas e talentosas, desabrocham abusadas nos seus direitos
sagrados de apenas existirem, oferecendo a nós, estúpidos mortais, as chances
sempre únicas de nos espelharmos nelas.
Espelho de
vida, de luz que se traduz, numa existência plena, num encanto total, fazendo
de mim que as observo um ser um pouco mais feliz, neste mundo conturbado, em sua
maioria ignorado, no tudo mais que verdadeiramente vale a pena.
Penso também
na facilidade com que as pessoas denigrem as demais, como se a elas fosse dado
o direito através de sua própria verdade em usar tão somente os espinhos que
protegem as rosas, esquecendo-se dos perfumes e das formas, cujos efeitos de
envolvimento, domínio e poder, certamente são muito mais eficazes.
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