quarta-feira, 30 de julho de 2014

INSANIDADE


Senhor, onde estás que não te encontro em meio às disputas de interesses e poder, onde te escondes embuçado aos céus, que entre nós nem a tua bendita sombra pode ser vista, muito menos sentida?
Escrevo sobre as rosas e as belezas que enxergo como válvula de escape das pressões e agressões que mesmo que não estejam sendo dirigidas a mim, me atingem como golpes desnecessários, que enfraquecem e tiram o brilho das esperanças que cultivo avidamente, por acreditar que podemos como seres humanos racionais, nos tornarmos mais humanos, menos brutais em nossos relacionamentos e proposições pessoais.
Como loucos selvagens, nos prendemos a falsas verdades que nos consomem, flagelando nossas mentes e físicos e nos induzindo a acreditar que lutamos um bom combate, quando na realidade, estamos nos perdendo em uma profusão de sentimentos inadequados, que tiram de nós a lógica da isenta avaliação.
Senhor dos desgraçados, dizei-me se é verdade ou se é mentira, tanto horror, senhor, perante os céus!
O mesmo horror de séculos passados, onde o poeta chorava em versos, a insensatez da ganância e do poder.
Penso então, nas rosas que perfumadas e talentosas, desabrocham abusadas nos seus direitos sagrados de apenas existirem, oferecendo a nós, estúpidos mortais, as chances sempre únicas de nos espelharmos nelas.
Espelho de vida, de luz que se traduz, numa existência plena, num encanto total, fazendo de mim que as observo um ser um pouco mais feliz, neste mundo conturbado, em sua maioria ignorado, no tudo mais que verdadeiramente vale a pena.
Penso também na facilidade com que as pessoas denigrem as demais, como se a elas fosse dado o direito através de sua própria verdade em usar tão somente os espinhos que protegem as rosas, esquecendo-se dos perfumes e das formas, cujos efeitos de envolvimento, domínio e poder, certamente são muito mais eficazes.


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