sexta-feira, 4 de julho de 2014

SEM PRESSA


São cinco e sete desta manhã de sexta- feira de julho e o céu ainda está escurinho, pois o dia com a preguiça que o inverno provoca, assim como nós, sente um friozinho gostoso e não tem a menor pressa em começar a sua labuta diária.
Olho através da janela e nada posso enxergar, apenas ouço a certa distância, os latidos de alguns cães, assim como alguns grilos que insistentes, cantam e esticam a noite envolta de si mesmos.
O som do canto de um galo se faz presente e é claro, lembro-me imediatamente das roças por onde andei e sorrio, afinal, que vida rica meu Deus!!!!
Meus cachorrinhos impacientes arranham a porta, pedindo para entrar e penso então, que o dia está de verdade amanhecendo, mesmo que meus olhos não enxerguem, mesmo que a pressa em vê-lo surgir seja maior que a minha  paciência em saber esperar.
Volto o meu olhar para o meu interior, buscando filmes de dias e anos já vividos, tentando recordar das pressas, das ansiedades e das enormes perdas de tempo.
Por não saber esperar, não aprendemos a saborear as frutas saborosas que a vida oferece e por consequência, não sabemos guardar os doces sabores que elas nos dão, porque temos pressa, porque sempre queremos mais.
O mais e mais que chega e vai embora, muitas vezes sem sequer dizer adeus, deixando-nos solitários entre um querer e um poder, deixando-nos aflitos em relação há um tempo que jamais nos pertenceu.
O dia ainda não clareou, mas já amanheceu...
Os pássaros já se aproximam e os sons já bem próximos são como de uma grande festa.
É a vida pedindo passagem.
É o dia sorridente, dizendo:
_ Regina, Cheguei!!!!
-“Mulher, para que tanta pressa”...
Hoje o nosso Brasil vai jogar contra a Colômbia, ganhando ou perdendo ele sempre amanhecerá.

Vamos esperar por ele?

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