sexta-feira, 11 de julho de 2014

A LUA E EU


            A lua estava fantástica e tentar descrevê-la seria uma violação à sua perfeição, e pensando nisso, sentei-me na varanda em uma cadeira de balanço e me permiti apreciá-la com os olhos fascinados com tanta expressiva beleza.
            Sua luz era tão intensa que eu podia enxergar todo o jardim, que sem se fazer de rogado recebia toda aquela luz e se exibia para mim, principalmente a mangueira que parcialmente florida, se fazia majestosa.
            Descrevê-la nunca, mas senti-la foi inevitável, assim como pensar no quanto eu estava me sentindo privilegiada, afinal, viva eu estava para contemplar toda aquela maravilha e ainda poder sentir os perfumes que o orvalho extraia de cada planta ou flor, fazendo a terra se perfumar e, é claro, exalar só para mim o seu extrato de vida.
            Por alguns segundos, fecho os olhos e sinto Deus tão próximo que creio poder tocá-lo com toda a sensibilidade com a qual me sinto abastecida.
            E ao pensar em Deus, toco na vida através da folha úmida e rija de meu cipó-imbé que arisco, além de belo, bem próximo serpenteia o coqueiro como se procurasse, como eu, também um melhor ângulo para apreciar esta lua espetacular, que abusada, quase que despudorada, insiste em se exibir para nós.

            Descrevê-la pra quê, se a estou sentindo adentrando em meu jardim e em mim também?

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