Estou abaladíssima, imaginem vocês minha profunda decepção ao constatar mais uma vez que Casimiro de Abreu, um dos maiores escritores da língua portuguesa, morreu na pobreza extrema, e aí, fui buscar mais históricos e detive-me em Mário Quintana, e novamente sou surpreendida com a pobreza que o fez depender da caridade de um amigo e admirador, que era um famoso jogador de futebol, para manter o aluguel até o fim de sua vida.
Agora, depois que morreram, as editoras passaram a produzir e a faturar muito.
Ou seja:
No Brasil, escritor só faz sucesso depois de morto.
Todavia, será que conseguiriam se manter só com a venda de livros e publicações em jornais e revistas?
Bem, nem todos, pois como tudo na vida, também nesta área existem exceções. Que o diga, Paulo Coelho e outros poucos mais.
Lembro-me então de Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, que apesar de serem populares, precisavam trabalhar em outras áreas para garantirem os seus sustentos.
Se vivos fossem, estariam recebendo tantas homenagens?
Se for comparar as possibilidades de divulgação das obras, daquela época com os dias atuais, certamente serei obrigada a admitir que hoje o escritor tem mais visibilidade à sua disposição, mas será que basta?
O imediatismo e a instantaneidade podem matar ou pelo menos diminuir a capacidade avaliativa dos que ainda apreciam a leitura?
Particularmente, acho que sim, já que o tempo passou a se apresentar diferente, pois fomos recebendo cada vez mais rápido uma variada gama de informações, e então, não nos restou alternativa que nos moldarmos, justo para não nos sentirmos atrás do trem, e aí, fomos dando lugar a pressa e a instantaneidade que, infelizmente, não dá espaço a uma reflexão mais apurada disto ou daquilo.
O sucesso de algo deixou de ser permanente para se tornar momentâneo, levando os escritores também a se adaptarem, produzindo mais, sem, no entanto, se aterem a levar o leitor a pensar muito, daí, as frases de efeito e o lugar comum fazerem impacto e produzirem assim, tanto sucesso. Se bem que passageiro.
Afinal, dizem hoje em dia:
- Pensar para que?
E a banalidade tem ocupado espaço cada vez mais rapidamente na mente e na alma de todos nós, sorrateiramente, minando conceitos, matando lógicas e soterrando a poesia que certamente desperta nas pessoas o lirismo tão necessário à convivência pacífica de todos nós.
Um povo que não lê, não viaja no tempo e não cresce humanitariamente, tornando-se tão somente, peças manipuláveis.
Que pena!
domingo, 2 de setembro de 2012
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