Ela chegou
ensolarada, brilhante, sensual, repleta de barangandãs prateados salpicando o
meu mar de Ponta de Areia, fazendo com que o amor aflore abusadamente, rompendo
as fronteiras do lógico, penetrando sem pedir licença nos labirintos dos sentidos.
O farfalhar
das folhagens fartas dos coqueiros, lembram-me os sussurros apaixonados, e o
vento quente vindo do mar que ora me toca de mansinho, arranca-me arrepios,
despertando emoções parceiras, velhas e fiéis companheiras desta comportada
senhora.
Entre um e
outro pensamento quase que lascivos , percebo que sorrio sozinha enquanto
escrevo, devendo estar rubra, sem, no entanto, sentir-me envergonhada e muito
menos culpada por ainda, nesta altura de minha vida, constatar que sinto certas
emoções que colorem o meu ser de mulher apaixonada, fervilhantemente encantada
pelos frenesis de uma primavera que o meu outono cronológico, não consegue
frear.
Será, então,
esta sensação uma amostra da bendita felicidade que vem de forma invasora, mas
que não maltrata, não fere e tão pouco faz sentir dor, deixando-me nas nuvens,
bem pertinho dos céus?
Seja lá o
que for, veio junto com a primavera, com os cheiros, as cores, o imaginário de
uma eterna paixão, um sempre constante envolvimento entre o óbvio e o concreto, entre o sólido e o etéreo.
Coisa louca é a primavera que me
fervilha o corpo, a mente e as emoções.
Que neste sábado, 22 de setembro de
2012, a sua primavera desperte, fazendo você também sorrir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário