Falácias, eufemismos e firulas, sem que quase nada de
concreto fosse apresentado ao público que, por sua vez, estava mais preocupado
em ora aplaudir, ora vaiar, em uma demonstração triste de total falta de noção
de cidadania e consciência da importância em conseguir-se dados esclarecedores
que os guiasse a uma real compreensão do que significa um desvio em uma única
secretaria da importância de R$ 500 mil reais com o agravante de isso ter
ocorrido há cerca de cinco anos atrás sem que a referida câmara tenha se atido
e denunciado tamanho absurdo cometido aos cofres públicos em uma cidade de
proporções minguadas como Itaparica.
Meus olhos percorriam a plateia e voltavam imediatamente aos
vereadores na busca de encontrar um só sinal de veracidade de propósitos,
encontrando infelizmente, e aí sim, uma absurda falta de lógica de seriedade, fossem
às posturas ou às palavras, todas ensaiadas, em sua maioria, como numa peça de
autor político para atender a um público pouco interessado que ostensivamente foi
levado e orquestrado para agir exatamente como
agiu.
Enxerguei tantas intenções, menos uma que deveria ser a
prioritária e única que era justo o entendimento de quesitos básicos a todo
aquele circo, ficando a alienação popular como manchete explícita, levando-me
tristemente a perceber o quanto o povo, independentemente de suas diversidades
econômicas e sociais, ainda se encontra preso a um comando emocional, digno de
ser explicado pelos doutores da alma humana.
E pensar que durante meses esse assunto CPI, seguiu os
caminhos tortuosos dos interesses individuais de candidatos, vereadores e
políticos em geral, como num jogo de pingue pongue, onde os interesses de
esclarecimentos sequer foram cogitados, tal qual também uma carta coringa que
ora é levada ao conhecimento público, também por interesse deste ou daquele,
frente a novas possibilidades de ganho político, sem que novamente o povo
receba um vento sequer de verdade, e aí, lembro-me de setembro de 2009, naquele
mesmo lugar, onde esta peça atual está sendo apresentada, nada mais representa
que um “remake” com outros personagens, mas
com o mesmo enredo e os mesmos diretores e autores que na época arrancou
aplausos e vaias, tal qual hoje, mas cujo prêmio somente os vereadores e meia
dúzia de outros ganharam, ficando o povo e a cidade entregues ao léu do descaso
e do abandono de todos os níveis.
Então entristecida, concluo que:
“Nada verdadeiramente
mudou, tudo continua como dantes no quartel de Abrantes”.
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