domingo, 1 de maio de 2011

PRECONCEITO

Quando decidi criar o meu próprio blog e, muito antes disso, escrever minhas colunas, editar livros e, entre tudo isto, falar em público e, além disso, ainda sentar-me em uma carteira de universidade aos sessenta anos, com toda a certeza previ pela experiência que fui modestamente adquirindo no convívio com meus semelhantes, ser necessário estar preparada para defrontar-me com as críticas.

Pois é, previ e não me enganei, ao contrário, cada uma delas ajudou-me muitíssimo a pensar, refletir, alterar conclusões, enfim fez de mim o que sou hoje, uma pessoa livre, respeitosa e absolutamente consciente em meu papel de pessoa e cidadã participativa, sem qualquer resquício de medo em buscar o meu direito de pensar, ponderar e, acima de tudo, enxergar o mundo com minha própria visão sem receios infantis por estar me sentindo em meu pleno direito.

Fui percebendo também que, na medida em que eu conseguia respeitosamente discordar disso ou daquilo, fazia crescer em minha consciência uma maturidade em relação aos demais, na medida em que fui compreendendo os seus direitos inalienáveis de discordarem de mim, vendo neste bailado vivencial de convivência, a melhor e mais saudável escola de aprendizado.

Portanto, alguém disse algo mais ou menos assim:

- Falem mal, mas falem de mim.

Porque, triste é para eu atravessar esta oportunidade única de vida terrena e nada realizar em prol daquilo que percebo estar deficiente à grande maioria.

E, notoriamente, o nosso sistema educacional carece de reformas urgentes, assim como acredito que somente as cabeças pensantes serão capazes de modificá-lo.

Portanto, antes de se enxergar em minhas palavras qualquer ato pequeno de críticas abusivas, vaidosas e sem sentido a quem quer que seja, que se entenda em minhas franquezas um grito de socorro a todos aqueles que verdadeiramente podem fazer a bendita diferença.

“Triste é viver enxergando apenas as sombras da caverna”, como descreveu tão bem Platão, apenas para ser politicamente correta e me transformar ao longo desta minha vida em medíocre representante de uma raça.

Reconheço que nada sei, tanto que não recuei frente a esta conscientização e concorri a uma vaga na universidade em igualdade de condições de meus bem mais jovens pares.

Se consegui, assim como tantos outros, não foi para me tornar uma vaquinha de presépio nesta altura de minha vida e tão pouco para fazer fechar os meus entendimentos a respeito disso ou daquilo.

Ao contrário, quero mais e mais liberdade para aprender, acreditando que meus pares adolescentes venham a ser para este crescimento peças de infindáveis inspirações e que os meus perguntares, sejam para eles brechas de luz para que, de alguma forma, possam extrair também aprendizado, assim como espero que meus mestres consigam enxergar nesta velha senhora atrevida, que não aceitou colocar limites intelectuais em si própria, tão somente alguém muito feliz em tê-los lado a lado nesta bendita jornada de vida e liberdade, propósito primeiro e último de toda e qualquer filosofia.

Bom dia!...

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