Quando se pensa que tudo já se viu, somos alertados através de novas experiências que nada, absolutamente nada, enxergamos.
Isso é viver, mantendo permanentemente os canais receptivos abertos ao novo, ao surpreendente, ao inusitado, pois tudo a cada instante se renova, mesmo às vezes, mantendo a aparência de um velho conhecido, trazendo algo extraordinário, porque, afinal, nada é banal e tudo se recicla.
Acostumados somos a descartar o corriqueiro e a somente nos empolgarmos com o excêntrico e a abraçar o sedutor, isto ocorrendo, independentemente do nosso jeito de ser e de querer, que nos deixamos fisgar, quase sempre pelo poderoso contrário, sempre pronto a nos enganar.
E na arrogância que nos é peculiar, fazemos calar os sentidos que, insistentes, mandam mensagens constantes a um consciente, já então solitário, dizendo:
- Não se deixe enganar!
Mas ele, sem seu parceiro maior, se engana, pois entre o prazer e a dúvida, prefere se acomodar, dando asas então às cobras, sempre prontas a atacar, fazendo de nós, presas fáceis.
Depois da rápida e sorrateira picada, corre-se à secar o sangue e mais adiante, já com a ferida curada, fica restando a cicatriz, como mensagem ou lembrete, mas nem assim nos emendamos, porque a quase tudo, banalizamos, e ao tudo mais, abraçamos.
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