Em muitas ocasiões, como agora, em que me encontro sozinha entre meus livros e pensamentos, recordo, deixando meus olhos se umedecerem de emoção, determinados momentos, em que simplesmente me vi maravilhada.
Então, como sempre acontece, penso imediatamente no quanto a vida tem sido generosa comigo, privilegiando-me com a sensibilidade em conseguir enxergar a beleza incomensurável que reside na natureza e que me foi constantemente ofertada, pelas circunstâncias vivenciais.
Aqui mesmo, nesta pequena cidade do recôncavo baiano, sem grandes atrações além do famoso São João, diariamente, desço a ladeira de acesso a faculdade, mirando e admirando o pasto que se estende adiante, transportando-me a um certo estado de enlevo espiritual, onde me sinto parceira de invisíveis fantásticos, repleto de sons e sensações cósmicas que me induzem, por fração de minutos, crer que estou além do comum cotidiano, sem transformar o real em desagradável em uma possível fuga emocional.
Nesses instantes, sinto-me maravilhada, porque me sinto completa, repleta de sensações vibrantes que fazem minhas pernas terem mais flexibilidade, meu corpo mais energias e o meu todo de criatura humana, apenas comum, ser envolvido em gloriosa paz, por estar tão somente existindo.
Hoje, vou fazer minha primeira prova sobre Mitos e Filosofia Antiga. Confesso que estou me sentindo um pouco aperreada, insegura. Sensação que, na realidade, é minha velha conhecida e que se faz presente em todas as ocasiões em que o fabuloso desconhecido, bate à minha porta.
Ainda bem, que descerei a ladeira, inspiradora amiga que me aguarda silenciosa a descortinar-me o belo pasto de relva fresca em meio a um horizonte amigo.
Boa tarde à todos.
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