Quando escrevo que os ideais cívicos desapareceram do convívio ou que, na realidade, as pessoas não estão nem aí mais para coisa alguma, além daquilo que possa afetá-las diretamente e de preferência imediatamente, tem quem diga que estou sendo pessimista ou que esta é uma visão de jornalista implicante que nunca está satisfeita com nada.
Tendo uma comunicação direta com uma gama considerável de pessoas de todas as camadas sociais, constato, após tantos anos de trabalho, que esta é uma postura continuada e cada vez mais perceptiva.
Já perdi a conta de quantas vezes apontei desmandos, abusos, perigos eminentes e etc. Todavia, jamais recebi um retorno que fosse de apoio ou solidariedade. No início, revoltava-me o silêncio, mas, aos poucos, fui aprendendo com este mesmo silêncio, assim como com a eloqüência de muitos sobre este ou aquele desmando, facilmente detectado nos bastidores de qualquer lugar do convívio diário.
Fui aprendendo, também, que não há qualquer maior comprometimento nestas ditas reuniões em prol de alguma melhoria comunitária, justo porque não existe por parte dos envolvidos qualquer interesse real de se indispor com esta ou aquela figura que se encontre no poder, ficando tudo com apenas uma aparência, uma casca sem maior espessura de vontade realizadora.
Provavelmente por esta razão, também são pouco considerados pelo público e até mesmo pelas autoridades, que supostamente protegem ou se tornam cúmplices, pela total falta de cidadania participativa, pois não atuam sem comprometimentos de ordem pessoal e para se estar liderando ou participando de qualquer causa pública, no mínimo a pessoa tem que se sentir livre para a defesa daqueles que se encontram acuados, seja em que área for.
Pois tudo isso é para registrar que quando escrevo abobrinhas, mas coloridas, assim como quando meto o pau de forma genérica, neste ou naquele, que de alguma forma está ferindo os direitos de muitos, a minha caixa de entrada amanhece abarrotada de parabéns, fantástico, muito bom!
Mas quando vou direto ao ponto, com nomes, endereços e telefones, em um clamor doido ou em uma denúncia justa, não só por mim cidadã ofendida, mas por toda uma imensa gama de outros cidadãos, o silêncio se faz presente, afrontosamente doído.
Pergunto, então:
- Onde estão os eloqüentes formadores de opinião?
Os meninos e meninas que nas reuniões de boteco, das esquinas ou dos salões se mostram tão revoltados, alguns até com denúncias nas pontas de suas línguas e muito falantes e sabedores profundos da política local e normalmente repletos de denúncias que me são repassadas?
- Cadê vocês, que sequer têm coragem de escrever um e-mail, dizendo:
- É isso aí.
Que coisa, heim!...
Tudo, menos me comprometer. Não é isso que acontece?
Por esta razão, dizem quando os encontro, pois de sacanagem faço questão de perguntar o que o entendido ou valente achou, e aí, não existe criatividade, a resposta é sempre a mesma:
- Ando muito ocupado, não tenho tido sequer tempo para ler os meus e-mails.
Alguns, caras de pau, têm o desplante de dizer:
- Me conte, criatura, o que você escreveu!
Outros, apenas se justificam e desviam rapidinho o assunto, justo para em hipótese alguma se comprometerem com a Dona Regina e sua pena do Diabo.
E ainda querem ser levados a sério, em seus projetos e pseudos trabalhos sociais?
Me poupem...
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Em respeito aos milhares de seguidores de minha página e especificamente das lives que posto no facebook, desde 19 de agosto de 2020, se...
Oi Regina, hoje deixei um selo para você no meu blog. já que você não consegue nele entrar vou deixar aqui o link:
ResponderExcluirhttp://saitedavida.blogspot.com/.
Um beijo pela brincadeira.