sábado, 13 de novembro de 2010

ERA MAIS SIMPLES...

Existem trechos da ESTRADA QUE SÃO VERDADEIROS RETÕES e são neles que me vejo obrigada a ter maior atenção.
Bem, foi isto que me foi ensinado, ainda no século passado, quando o instrutor me orientava para que eu, aos l8 anos, pudesse fazer a prova e, então, possuir a minha habilitação.
Quarenta e dois anos depois, vixe!!!, eu ainda não esqueci.
Também não me esqueci de outras regras que me foram ensinadas, fosse lá em casa, na escola ou tão somente no convívio, onde os parâmetros recebidos eram testados a cada instante.
Formidável esta fórmula simples de aprendizado, pois havia uma lógica nas posturas existentes, sem tantos questionamentos, maiores discussões ou qualquer estudo profundo.
Mas depois de certa feita, acharam que era retrógado e partiram para as reformas e tudo, então, ficou complexo.
Estabeleceu-se nos lares a psicologia e, como meta de orientação na escola, reforçou-se a pedagogia, e entre uma “gia” e outra, com suas vertentes disciplinares, nasceu uma senhora confusão, cresceu a desorientação e tudo se complicou.
O retão de cada estrada que exigia atenção passou a ter curvas sinuosas, altamente perigosas, principalmente para quem não possuía e tão pouco conhecia um razoável instrutor, ficando cada qual como um barco à deriva, ou melhor, dizendo: um veículo desgovernado, amassando postes, derrubando muros, arranhando asfalto e, assim, atropelando a si mesmo.
Até a designação de toda esta confusão mudou, passando de educação para métodos educativos, modernismo progressista que, sozinho, sem parcerias, quase nada pode fazer, além de mesclar as razões com pinceladas grotescas de um modernismo safado que, se de um lado é atraente dizer-se nele se estar, por outro é também arriscado, pois fica-se sozinho em múltiplas variações.
E aí, de repente, frente ao imponderável, passa-se a agir com a rapidez de uma lebre, a força brutal de um gavião, a crueldade de um tigre ou a ingenuidade de um cordeiro, em dualidades infinitas.
Cansado, em meio à tantas curvas sem praticamente nenhum retão para respirar e aprender a pensar, vem o vazio que o impede de enxergar as paisagens, sentindo a emoção do tudo mais, sem, no entanto, sentir o medo e a tensão pela sucessão de curvas sinuosas que pontua por todo o tempo a sua fragilidade.
Na falta do intervalo, onde poderia relaxar, sente surgir então muitos "ias”, dos quais alguns conhecidos lidos ou já sentidos, com nomes variados, filhos das psicopatias , leque bem variado, apresentando-se como legado desta troca desumana do amor e da disciplina pela falsa libertação.
Retrógrada, acredito que sou, por não desprezar os benefícios dos retões e por achá-los necessários, totalmente prioritários, nas mentes e almas ainda em formação.
Penso, então, nas palmadas, benditos toques de amor, lembro da mãe sempre presente, do pai amparo seguro e da família , todos como sólidas margens, que nos induziam por todo o tempo à nos manter atentos aos retões de cada estrada, abrindo espaço às opções que surgiriam, naturalmente, além das curvas.

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