domingo, 21 de novembro de 2010

NOVOS AMANHECERES

Novamente, que bom, o dia já amanheceu e, incrível, eu estou viva!
São sessenta e um amanheceres, repletos de animação, afinal, sou a tal Dona Feliz que, em muitas ocasiões, até aporrinha alguns com a mesma ladainha de vida, felicidade e que merda de mulher chata, acredito que pensem, quando lhes mando meus escritos ou os faço escutar minhas falas de amor, coerência e alegria de viver.
Pois é, fazer o que se é assim que eu me sinto independente do mar estar calmo ou revolto?
Fui aprendendo ao longo do tempo, e põem tempo nisto, a medir as braçadas neste mar de vivência sempre instável ou, no mínimo, surpreendente e com este aprendizado constante, a cada instante, fui ficando menos cansada com os incessantes movimentos e até fui aprendendo a senti-los com certo prazer sacana e debochado de quem, como um ser absolutamente livre, se permite sentir.
- Nossa!
Dirão outros tantos, a senhora anda um bocado desbocada, que coisa feia...
Pois é, esta é uma enorme vantagem de se chegar a esta idade, pois descobrimos sem qualquer constrangimento que podemos tudo, inclusive falar umas coisinhas que, entaladas na garganta, nos faziam tossir de forma irritante.
Porém na maioria das vezes, pelo menos no meu caso, representava tão somente uma coceirinha aflitiva que fui eliminando na medida em que também fui compreendendo e tendo a consciência de que não estava à minha altura e competência alterar, pelo menos a favor do que os meus conceitos foram delineando em minha mente como dentro da razão.
E aí, frente ao inalterável, recorro à orientação maior de minha natureza que, disposta ou não, apenas aceita, não sem antes pensar sobre algum impropério como deixei registrado a cima.
E tudo, então, logo fica bem. Pois, nada é retido que não faça sentido aos meus sentidos, porque sei lá quanto tempo vou ainda permanecer por aqui e se depender de meus esforços sobreviventes, acreditem, ficarei ainda um mundão de tempo, apenas vivendo e deixando aos incautos as frescuras existenciais as quais fui aprendendo a identificar, justo nas perdas, nas lágrimas doídas e nos momentos de absoluto medo por me sentir sozinha ou apenas perdida, que a qualidade de meus instantes presentes não depende dos outros e muito menos de qualquer coisa.
Dependem tão somente de minha bendita vontade voluntária que a tudo supera, acreditando com uma devoção extraordinária de quem, por se sentir amparada, porque aprendeu a reconhecer as poderosas, mas não menos amorosas vibrações que a cercam, que a vida pode ser maravilhosa e muito descomplicada.
E se ela pode ser tudo de bom, por que, então, vou engolir sapos e bananas verdes?
Fabuloso!
Penso assim, a cada instante seguinte a um fato que ocorra, seja ele bom ou ruim, fazendo desta teimosia consciente um caminho permanentemente iluminado que também teimosamente repasso à outros na esperança de vê-los como eu, sem tantos fardos absolutamente inúteis à carregar.
Identificar os joios entre o trigo saudável, antes de qualquer outra vantagem é a garantia de se poder viver com uma infinita e prazerosa sensação constante de lucidez que nos direciona as intenções regeneradoras no sentido evolutivo e aí, ao não tê-las, perde-se um mundão de tempo e de gozo e isto, cá pra nós é simplesmente, imperdoável.
Acabei de ganhar lindos presentes de minha filha e olhe que são só, sete e vinte da manhã.
Que maravilha!

Um comentário:

  1. Oi Dona. Feliz que delicia ler suas palavras, acho que estou sendo repetitiva, rsrsr, mas é o que sinto.
    Pelo que entendi hoje é seu aniversário.
    Deixo aqui um abração e o desejo que seu dia e o resto de sua vida seja de muitos momentos felizes.
    bjks
    Mariza

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