Incrível, a previsibilidade das posturas sociais, principalmente as distorcidas, quando não são devidamente observadas e consequentemente evitadas ou coibidas.
Itaparica e Vera Cruz vem, infelizmente, em uma crescente onda de violência que chamo de doméstica, pois é vivenciada pela população diariamente, sem, no entanto, despertar maior atenção daqueles que deveriam no mínimo estar a postos para minimizar os transtornos que provocam às pessoas de um modo geral em seus ânimos e patrimônios.
Aos poucos, as pessoas foram perdendo o sentido de ludicidade de estar vivendo em uma cidade pequena e harmoniosa, e esta alteração foi se expressando através das grades, arames, alarmes, cercas elétricas e, o que é pior, pela desconfiança pelo outro que, afinal, nunca se sabe verdadeiramente do que é capaz, mesmo sendo filho daquele vizinho amigo que cresceu junto a mim ou a você, desenvolvendo a partir daí o que já acontecia nos grandes centros, que é justo a indiferença, levando cada criatura a se colocar ao mesmo tempo no papel central de vítima e de algoz.
A inoperância das polícias, seja militar ou cívil, pelos motivos que não vem ao caso neste momento analisar, está induzindo as criaturas dos vários níveis sociais a começarem a se articular no sentido de fazerem justiça por sí mesmas e isto, ao meu ver, é o fim do caminho de qualquer esperança de paz.
As pessoas estão em seus medos e terrores pessoais se armando, se entocando, já à espera de uma nova e não mais surpreendente invasão, para justo darem fim de umm jeito ou de outro à sua sensação de desvalio social.
Armas estão sendo compradas, na mesma proporção que inocências estão sendo perdidas, e o que mais hoje é possível se observar em papos aparentemente descontraídos é exatamente o dialogar sobre uma morte eminente, como solução de problema asfixiante, que vem sendo desconsiderado ou até mesmo alimentado pelos orgãos competentes, sem que se enxerguem com responsabilidade social, o caos que se está avolumando.
Pessoalmente, assusto-me ao ouvir homens de bem falarem em preparar tocaias para matar bandidos, cujos nomes e rostos eles conhecem e dos quais tornaram-se refens permanentes em ataques contumazes sem chance de qualquer ação de repressão das autoridades locais, que ao contrário, tornaram-se surdas, cegas e mudas e extremamente complacentes, até mesmo cumplices com uma bandidagem prá lá de doméstica. Ironicamente com muitos ganhando salários para defender, organizar e proteger.
Que coisa, heim ?!...]
Terra de ninguém, caminho sem volta.
domingo, 13 de junho de 2010
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