sábado, 26 de junho de 2010

CRÍTICA OU ELOGIO, SEI LÁ...

Se somos médicos, engenheiros ou coisa e tal, parece que as pessoas não traçam, de um modo geral, perfis avaliadores ou simplesmente nem pensam que precisam fazer este ou aquele comentário a respeito de nossos desempenhos profissionais, a não ser, é claro, que fiquemos famosos para o bem ou pelo mal, para que sejamos alvo ou centro das atenções mentais de alguém.
Pois é, mas quando exercemos como ofício qualquer expressão que requeira o toque artisticamente emocional, ou seja, o que quero dizer é que de alguma forma estejamos utilizando a nossa alma como condutora de nossa expressabilidade profissional, tornam-se absolutamente necessárias as criticas, mesmo que veladas, aos escritores e, mais precisamente, aos escrivinhadores do universo, que são aqueles que, como eu, passam seus instantes presentes tão somente fazendo registros instantâneos de seus sentidos.
Nossa..., compliquei.
Bastava sintetizar, dizendo:
- Ainda bem que somos notados, nem que seja para uma crítica prá lá de desconsiderativa como, por exemplo, fui alvo nesta manhã de sábado, em que alguém me disse que o que escrevo é bem a minha cara.
E como é a minha cara?
Boa bonita, chata, aborrecida, ótima ou uma merda?
Pois é..., isto é que chamo de comentário infeliz, acerca do que escrevo, já que deduzo que para cada criatura meus escritos devam ter conotações bem distintas e nem sempre muito apreciadas, já que não me preocupo em momento algum em ser politicamente correta, não por agressão, contradição ou desconsideração aos critérios dos demais, mas tão somente porque, quando escrevo, não penso,apenas deixo fluir a tal da alma, que tudo em si tem registrado e que se permite espelhar.
Que coisa, heim!
De repente, lá vem um comentário esdrúxulo, justo por não parecer franco, camuflando-se em talvez num falso elogio, o que certamente machuca a pessoas como eu, que fazem de suas escritas um eterno poema de amor à vida e que em momento algum se prepara para a rudeza que sabe existir, tanto que descreve sempre que encontra, mas que lhe parece muito distante, assim como uma das muitas histórias que vê acontecer, bem fora do alcance magoador.
Neste instante, lembrei-me de Márcia de Windsor, jurada dos anos sessenta de Flávio Cavalcante, animador de programas de auditório. Ele era o máximo da TV, acho que TUPI. Alguém da época se lembra da loura platinada, sempre muito lindamente vestida, que só dava nota 10 aos calouros, falava manso e chamava as pessoas de meu amor?
Eu a achava maravilhosa, mas outros a consideravam uma chata metida a certinha e muito falsamente melosa.
Assim são os escritos, as encenações, as pinturas, as esculturas e todas as culturas que, afinal, refletem o melhor e o pior de seus executores.
Enfim, este tipo de pessoa se expõe, não dando muita bola pro azar, é o que pensam os outros, pois na verdade sentem muito mais profundamente todos os tipos de agressão, da mesma forma se realizam com uma pequena atenção, pois por menor que seja é sempre um enorme estímulo, como um beijo ou um afago carinhoso.
Nossa, Regina, deixa de ser piegas, tudo isso porque sua cunhada não lhe disse como é a sua cara?
E daí, pense um pouco, qual a diferença que fará, nesta altura da vida, saber se para ela sua cara e seus escritos são assim ou assado?
Um pouquinho tarde, não acha? Quarenta anos depois.... no mínimo, você deve ter compaixão para com a coitada que precisou ler por todo esse tempo o que você escreveu, tendo diante de si a sua cara. Coitada, não deve ter sido fácil se foi uma crítica, assim como foi uma fiel admiradora, se foi um elogio. Pois, cá prá nós, cunhada não é parente, de repente é só um encosto que precisamos suportar, em nome do amor familiar que precisamos manter para nos sentirmos mais amparados neste mundo de meu DEUS.
Pelo sim, pelo não, dou uma olhadinha no espelho,só para conferir a minha cara.
Ainda bem que ela me conhece o suficiente para desconsiderar o fato de que nesta manhã ela me ofereceu um gancho para mais uma escrita, afinal, confesso,estava sem inspiração.
Obrigada cunhada, e um BOM DIA, com ou sem a minha cara.

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