O ruim do calor, para mim que não gosta de dormir com ar condicionado, é justo acordar pela manhã molhada, com a pele oleosa e com a sensação de estar suja. Corro para o chuveiro e pouco depois novamente a mesma impressão, e o jeito é me acostumar, tocando a vida pra frente, sentindo a nuca molhada, os seios úmidos, o corpo pesado e muita preguiça .
Saio para trabalhar, por que ainda não encontrei outra forma de trocar a obrigação pela devoção de permanecer na praia, curtindo aquela água meio morna, aquele coco gelado e o não fazer nada que, cá prá nós, é fantástico, principalmente se a ela for adicionado uma pitada de molecagem e outra de irresponsabilidade de estar matando o trabalho.
Creio que são estes momentos safados e egoístas, onde só pensamos em nós mesmos e que o mundo se exploda, que nos fazem mais alegres, menos amargos e absolutamente responsáveis diante de um dia-a-dia que pode ser muito tedioso em tempos de fim de ano, repleto de muito calor, como o que está fazendo agora.
Pensando bem, convenci a mim mesma de que hoje é o meu dia de molecagem, e que se dane então o mundo, pois eu vou mesmo é para a praia, curtir este calor, banhando-me em minhas águas benditas desta Ponta de Areia, que um certo Deus reservou para mim.
Portanto, sugiro que façam o mesmo, que busquem o foco encantado que escondidinho é ambicionado pelo desejo sufocado de pelo menos, vez por outra, fugir da rotina no seu direito sagrado de ser uma moleca feliz.
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