quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Falando de mim

Hoje é domingo e estou junto ao meu notebook, pensando que por toda a minha vida escrevi sobre tudo que enxerguei, ouvi ou senti, escrevi até mesmo pelo que percebi camuflado nas posturas das pessoas conhecidas minhas ou não, abusei de meu direito em entender as emoções que mapeiam os sentimentos e comportamentos de todos nós e não consigo escrever sobre mim mesma, sequer consigo delinear um pequeno perfil, pois em todas as vezes que tento, como agora, vejo-me apenas como uma pessoa comum, sem qualquer atrativo que leve alguém a se interessar e muito menos que queira ler sobre mim.

Á primeira vista, tudo que acabei de escrever pode parecer um reflexo nítido de uma autodepreciação, insegurança pessoal ou coisa que o valha, diriam os mestres da psicologia, mas isto não é real, crendo eu apenas se tratar de uma conscientização pessoal, após anos e anos de pesquisas de que por todo o tempo descrevi aspectos de minhas estruturas físicas, biológicas e emocionais através de cada estudo que desenvolvi a partir de observações nas quais me dediquei em relação à criatura humana e sua total ignorância em relação à vida que nela reside.

A universidade de psicologia, ou das ciências humanas que cursei, foi a vida no seu cotidiano com extrema observância, e meus mestres PHDs, certamente foram as criaturas humanas com as quais pude ter o privilégio de conviver. Elas me ensinaram a cada instante todos os meandros de suas personalidades e claramente fui aprendendo a reconhecer os caminhos de formação das mesmas e, consequentemente, fui delineando os prós e os contras em suas formações genéticas emocionais, reponsáveis direto pelas suas inadequações frente às suas realidades de criaturas aparentemente únicas em se tratando da absorção de subsídios formadores do emocional, que, aí sim, se torna único no processamento interno e na expressabilidade externa.

Existem muitos mistérios ainda em torno da vida como um todo e minha curiosidade direcionou-me para o emocional, que afinal, ao meu ver, é que determina a criatura humana o seu posicionamento em relação a si mesma e ao todo no qual se encontra inserida, e em um todo universal com o qual ela não se enxerga inserida.

Creio que na busca do entendimento da razão de estar vivendo fui me vendo inserida neste todo fantástico, mesmo reconhecendo a cada instante a possibilidade da existência de muito mais que minha mente, em permanente aprendizado, não era e ainda não é capaz de assimilar, mas que permitiu ampliar meu campo de reconhecimento o suficiente para que eu ousasse comparar-me com as demais criaturas, fossem humanas ou não, fazendo com que eu desenvolvesse a capacidade em buscar os nutrientes formadores de mim mesma.

Portanto, todo o meu conhecimento advém da vida em permanente mutação, não havendo qualquer influência acadêmica, mas surpreendentemente com vários pontos em comum. E aí, falar o que de mim, se tudo que sou ou represento se encontra em cada palavra que escrevi ao longo de minha vida.

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