quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Apenas um toque e nada mais

Estar inserida no contexto político de uma cidade, seja ela de que proporção geográfica for, é sempre muito complexo e extremamente difícil para qualquer pessoa que de verdade esteja embuida em desenvolver um trabalho sério e com mobilidade mais precisa e rápida.

Tudo é muito emperrado, repleto de burocracias absolutamente em sua maioria dispensável e manipuladas por criaturas totalmente desestimuladas, até mesmo pela inconsistência das mesmas na prática que adquirem, dia após dia em ambientes apáticos e sem qualquer objetivo motivador. E todo e qualquer ser humano precisa de estímulos que o impulsione a desenvolover a sua criatividade pessoal que, afinal, reside em cada uma delas.

Então, tudo é muito devagar, sem personalidade e consequentemente sem qualquer toque de traço pessoal que favoreça o intercâmbio processo/ser humano. Daí, tantas reclamações de todo aquele que precisa em algum momento da solução de um problema junto a qualquer orgão público, seja municipal, estadual ou federal.

Existe uma disputa silenciosa, mas extremamente danosa e que se reflete em todo o desenvolvimento dos trabalhos realizados, que é a profunda frustração que o funcionário público de carreira possui em relação aos funcionários contratados por cada gestão de 4 em 4 anos. E o por quê reside em vários pontos cruciais, dentre os mais evidentes, um enorme sentimento de perda de espaço frente “a gente nova que chega e se espalha, como se tudo a partir daquele instante lhe pertecesse”, além dos salários que são considerados desleais se comparados ao tempo de casa e conhecimento.

E aí, quase nada acontece em tempo normal.

Se a isso, com certeza for aliado, o grande, frio e indiferente fator estabilidade, ingrediente que é adicionado em cada postura possível de ser reconhecida nos contatos com todo funcionalismo público que se tem notícias, como esperar um atendimento cordial e ao mesmo tempo com um mínimo de seriedade profissional?

Como observadora social, permaneço atenta em cada detalhe e por incrível que possa parecer, também em sua maioria esmagadora, estas mesmas criaturas são lindas criaturas, bastando tão somente tocá-las em seus pontos sensíveis e logo se mostram dóceis, amáveis, solícitas, sempre prontas a lhe atender com cordialidade.

Entretanto, como esperar de uma gama imensa e diversificada de pessoas a sensibilidade do toque especial? Impossível, restando, portanto, para a obtenção de uma melhoria postural de cada funcionário publico um permanente apoio emocional que se reverta em posturas suavizadas e ao mesmo tempo comprometidas com uma ética profissional.

Se cada orgão público for comparado a uma empresa e, ao mesmo tempo, cada funcionário à um agente gerador de lucros que possui alma e vida próprias e, portanto, precisa ser devidamente considerado, certamente haverá uma conscientização individual que permitirá transformar cada departamento público, assim como cada funcionário seja de carreira ou comissionado em um agente estimulador do desenvolvimento de sua comunidade, atraindo para si com esta postura a sensação direta de estar participando e contribuindo efetivamente, independentemente do gestor momentâneo.

Bendito pois todo o toque amoroso que possamos oferecer a todo aquele que nos serve, por que dele, extraimos o nosso próprio néctar de vida e liberdade existente em cada colóquio que venhamos a ter em nosso cotidiano.

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