quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Ausência


Aonde estão as jovens mulheres que raramente encontro, seja lá onde eu for convidada?

Aquela meninas na faixa dos vinte e poucos anos?

Incrível!… parece que todas estão sempre muito ocupadas ou sei lá o quê. O que sei é o que vejo e o que vejo por onde ando são as mulheres mais maduras sempre muito ativas e participantes. As jovens, quando aparecem, geralmente é por que fazem parte de algum quadro funcional da prefeitura ou estado e, portanto, estão presentes pela força de suas funções profissionais e não puramente por estarem interessadas neste ou naquele assunto de sua cidade ou comunidade.

Só nesta semana, compareci a três eventos, absolutamente diferentes em suas proposições, e novamente pude observar a total ausência das “moçoilas”, e isto me chamou a atenção mais uma vez, por onde, afinal, andam as nossas lindas, que são muitas, por que as vejo por todo o tempo, enquanto circulo pela cidade ou simplesmente enquanto sentada à porta de minha loja observo aqueles que passam. É, eu ainda tenho tempo de deixar o tempo correr e nada fazer em meio a tantos compromissos e responsabilidades, e é por esta razão que não entendo o que tanto fazem nossas jovens, que não são vistas participando de absolutamente nada que diz respeito a sociedade civil.

São estudantes aplicadas, garupeiras fanáticas, trabalhadoras responsáveis, jovens mães dedicadas, preguiçosas contumazes, enfim, sejam lá o que desejem ou precisem ser, sempre é possível fazer sobrar um tempinho para se sentirem um pouco cidadãs, e é neste aspecto que tenho sentido falta ao não enxergar as jovens, seja nas platéias ou nos palanques.

Será que esta participação que sempre em outros tempos foi tão efetiva, também passou a ser considerada um MICO?

E se assim for, o que será daqui a alguns anos, quando nós as velhas ou, digamos, mais maduras senhoras, já não pudermos estar tão ativamente participantes?

Ficarão os homens literalmente sozinhos no comando em um retrocesso na história que abrigou guerreiras mulheres em décadas de lutas em prol de um espaço onde suas vozes pudessem ser ouvidas?

Bem, novamente querendo ou não, cá estou eu falando a repeito de cidadania, que ainda não se tornou disciplina obrigatória junto ao ensino fundamental. Sem este apoio de base, como esperar que os jovens possam adquirir qualquer tipo de conscientização em relação à sua participação como meio estrutural e defensório de seu espaço sistêmico?

Percebo assustada que a grande maioria, no que se inclui os jovens rapazes, está ficando engessada em padrões robóticos de posturas sociais, totalmente alheios a qualquer tipo de participação social que não seja o de formigas ou cigarras sem, no entanto, haver interações participativas como estas ao todo de suas cidades, o que dirá de seu país.

E novamente, penso na música que estimula a dança na boquinha da garrafa, e aí, fazer o que se ao adentrar em qualquer setor seja da vida publica ou privada , não consigo mais enxergar qualquer manifestação que lembre idealismo, garra, respeito ao coletivo, que não seja oriundo de velhas senhoras, outras apenas maduras, com total ausência das jovens.

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