Pronto, o sol desapareceu por um só momento, abrindo espaço para as nuvens que afinal, são proprietárias de um pedaço do firmamento e esta elegância cotidiana e pontual, nesta época do ano, faz com que haja harmonia no céu e na terra, até porque, as desgraceiras que se apresentam nas cidades, não podem ser imputadas as variações da natureza e sim ao teimoso homem que insiste em invadir de forma temerária os lugares mais inadequados que possa encontrar, não cabendo aqui, qualquer maior discussão sobre as razões, porque afinal, bem sabemos quais são e nada fazemos para impedir, colaborando para a diminuição das carências que, afinal, nos assolam, assim como a eterna ganância que caminha pela mesma estrada da total imprudência.
Enquanto descrevo a maravilha desta natureza que se exibe para mim e para todo aquele que se dá ao luxo e ao prazer de nela se centrar, o belo sol volta a brilhar para talvez, secar as dolorosas lágrimas da vida que não se conteve e deixou por instantes sua fonte de dor, escoar sobre esta terra tão linda e absolutamente, não digo abandonada, mas certamente, negligenciada na sua totalidade, ano após ano, ficando apenas com que os olhos de fora possam enxergar.
Enquanto, meus neurônios forem capazes de produzirem raciocínio lógico, estarei lembrando aos senhores dos poderes que a nossa Itaparica é bem mais que o Campo Formoso, Boulevard e os pontuais redutos eleitoreiros.
Visitei dias atrás o interior de Amoreiras e pelo amor de Deus, o que é aquilo?
Entendo que não é possível fazer-se tudo de uma só vez, mas estou apreciando nestes vinte anos de vivência em Itaparica, sempre mostrando minha cara, o desperdício do erário público, nas infinidades de baboseiras para enganar os olhos, enriquecer alguns, ou tirando outros do atoleiro comercial enquanto, a cidade no seu interior, permanece entre os buracos e as lamas, o mato, o atraso e a ignorância, quanto aos direitos do cidadão.
O seis por aqui sempre foi trocado por meia dúzia e isso é imperdoável...
Deus!!! Onde estás que não te encontro, além dos discursos, dos festejos e de teu mal uso, nas promessas sem fundamentos de verdades, levando-me em alguns momentos a desistir de confiar em tua providência divina.
O lixo que na realidade nos representa.
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