Existem algumas arapucas emocionais que nos são impostas através de ditos populares, formação educacional doméstica e mesmo de um falso moralismo social que, imprimem em nossas cabecinhas humanas uma série de inverdades, frutos dos constantes preconceitos que os infelizes de plantão criam, justo para aumentar o exercito de frustrados, que nem mesmo o Rivotril é capaz de aliviar.
Por outro lado, também num extremismo doentio, escancara-se uma parafernália bizarra de opções comportamentais que confunde e nos leva a crer que, ou o mundo está acabando ou cada um de nós que não aceita ou compreende, deixa de ser um humano para ser tão somente, um idiota que não acompanha a evolução dos hábitos e costumes.
Enquanto isso, o cerne da criatura humana nas suas mais básicas necessidades físicas e emocionais, são deixados a revelia do tempo e do espaço, abrindo um leque assustador de uma tal de solidão existencial que, quando não faz sucumbir, aleija a alma, tirando dela o viço da liberdade, princípio lógico da existência que alimenta o tudo mais.
Vive-se um duelo cognitivo de titãs entre o Deus e o Diabo, levando a criatura humana a negar o natural que desabrocha em si, transformando o autêntico em pecado, mantendo a culpa como um chicote cortante da plenitude em apenas se sentir sendo, resgatando sei lá de onde um remorso cruel e maldoso, que esfola a pele fina e sensitiva da existência.
Quem disse que beijar, fazer amor, se tocar e se sentir são atos que precisam ser encobertos?
Quem disse que sentir tesão por outro alguém é vexaminoso?
Quem disse que viver saboreando o que a vida tem de melhor para oferecer é prevaricação?
Quem disse em primeira mão, tantas asneiras que devoram o naturalismo do qual somos formados?
Quem disse que precisamos sofrer para finalmente, merecermos a felicidade?
Quem disse meu Deus que ser livre é corrompível?
Quem disse que ser feliz é pecado?
Que nesta quarta-feira, sejamos capazes de começar a rasgar o véu fino e resistente que nos oprime e nos aprisiona, impedindo-nos de sermos nós mesmos, lindos, saudáveis e apaixonadamente devassos.
Por que não?
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