sexta-feira, 27 de novembro de 2020

O MEU AMOR TEM PRESSA...


Inevitavelmente associo o meu dia a dia aos ensinamentos maravilhosos que recebi das mulheres de minha família, no que destaco a linda e encantadora tia Hilda que apesar de ter o nome igual ao de minha mãe, era absolutamente diferente, afinal, mamãe era filha de portugueses pragmáticos e deles herdou a praticidade que deveria empregar no cotidiano e até nos seus sentimentos e emoções, já tia Hilda era a poeta, artista universal, capaz de desenhar com os olhos de sua imaginação todo um arco-íris em plena tempestade.

E assim, um muito de cada uma foi impresso em minha formação, desenhando em mim, um perfil interessante entre o lógico e o lúdico que trago até o momento, feliz da vida, pois, foi capaz de ampliar os meus horizontes, enquanto, consolidava os meus caminhares terrenos.

Percebo então, que o muito de cada uma, verdadeiramente impregnou a minha forma de amar, fazendo de mim um ser apressado para amar, querendo sorver os cheiros, as texturas e os sabores o quanto antes melhor, sem no entanto, ser estabanada para macular suas naturezas e aí, inevitavelmente, lembro-me dos jardins e das flores e das muitas vezes que me foi ensinado a querer tê-los lindos e perfumados para o deleite de meus sentidos sem que para tanto, eu precisasse feri-los com a morte precoce das flores ou destruir um fruto em ainda desenvolvimento na beleza exuberante de seu próprio habit.

Ensinaram-me a gostar de admirar, sentindo de forma completa o prazer de saber que existiam, estimularam-me a sorver as delícias de seus aromas, a delicadeza em saber tocar nas suas infinitas e diferenciadas texturas, somente saboreando os frutos que delas brotavam sem no entanto, grosseiramente arrancá-los, maculando suas naturezas.

Tenho pressa para o amor, mas acima de tudo aprendi a respeitar o ser amado em seu tempo e no seu bendito espaço existencial.

Que nesta sexta-feira, ainda sem sol, possamos desenvolver os nossos sentidos para simplesmente amar com pressa ou devagarinho, as belezas de nossos jardins de vida.

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