sábado, 8 de agosto de 2020

CRUEL COTIDIANO


O dia ainda não clareou, mas como de costume cá estou pensando e ao mesmo tempo imprimindo em mais um texto o quanto estou gratificada por ver, dia a dia, a minha determinação de anos a fio, vir se conscientizando através dos posicionamentos de grande parte do povo itaparicano.

Quando conseguimos nos colocar com direitos e deveres enquanto cidadãos, percebemos o quanto somos células importantes no contexto social e não apenas mais um número das estatísticas, e aí, abrimos a porta do querer ir mais além, pois, compreendemos o quanto somos necessários, independentemente da extensão de nossas posses econômicas/ financeiras ou nível de escolaridade.

No cotidiano de nosso ambiente social, o surrealismo se apresenta de forma tão brutal que se não nos atermos a planejar, organizando as prioridades, dificilmente encontraremos o caminho do bom senso, onde possamos atingir metas que sejam universais, pois não há desenvolvimento de absolutamente nada se houver divisão de intenções.

E então, valorizamos e aplaudimos cada conquista sem perder o foco da amplitude de sua utilização e de seu custo benefício.

De que, afinal, a senhora está falando?

Falo da minha alegria em ler através do Facebook que obras  e ações serão entregues a partir do próximo dia 10 de agosto pela atual gestão de Itaparica, no entanto, não me permito esquecer que por longos e dolorosos três anos, o muito que poderia ter sido feito em pontos onde o cruel acesso era e ainda é, absolutamente doloroso e muitas vezes, impossível ou da fome que permaneceu por todo tempo escondida na indignidade da demora em ser sanada nos redutos mais que evidentes, sem esquecer da dor que se obrigou novamente a mendigar e a receber em conta-gotas  algum alívio e de um tudo mais, bem aquém do prometido e do possível de ser realizado.

Estou tranquila, porque posso avaliar as conquistas sem achar que são favores e sem esquecer do volume de recursos que mal empregados me impede mais uma vez de ver a minha cidade se desenvolvendo como deveria e poderia, assim como enxergo com nitidez as velhas manobras eleitoreiras maliciosamente se apresentando.

Não estou disposta a esperar mais três anos, armazenando esperanças de que, quem sabe nos próximos quatro anos os interesses políticos cheguem a minha porta.

Quanto a você, se foi contemplado ou não, só posso induzi-lo a avaliar o seu próprio cotidiano sem esquecer do tudo mais que se encontra abandonado, mergulhado na lama, no lixo, na ausência de uma sistematização coesa e humana de propósitos e na expertise de lhe fazer acreditar que não haviam recursos necessários e, finalmente nos interesses políticos que ditaram as prioridades.

E que alguns não me venham dizer que estou também só fazendo política partidária, pois enquanto, a maioria de vocês, políticos e apoiadores, cuidavam tão somente de sua vidinhas, euzinha, escrevia, falava, corria pra lá e para cá durante as semanas, meses e anos que se sucediam, lembrando as autoridades das demandas evidentes e macabras do nosso atraso surrealista, procurando atender todo aquele que buscava algum tipo de socorro.

DIGNIDADE JÁ!

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