quinta-feira, 13 de agosto de 2020

APENAS UMA NOVA LIÇÃO


Depois de uma semana de sol onde foi possível descansar das roupas pesadas que o frio nos obriga a vestir, novamente sem pedir licença, ele volta com força total, gelando a ponta do nariz e me fazendo pensar em tudo que a humanidade vem vivenciando neste ano confuso e assustador e ao mesmo tempo, tentando adivinhar como será o depois, quando for sanado o vírus da pandemia.

Provavelmente iremos correr na tentativa de resgate dos velhos hábitos, alguns permanecerão por teimosia ou vício, mas outros provavelmente os mais atingidos, terão mais cautela imprimindo às suas ações, mesmo as mais corriqueiras, um toque de humanidade.

Penso que esta pandemia chegou como uma grande mestra, adentrando com firmeza de conteúdos nas principais salas de aulas de nossas vidas, trazendo lições que sabíamos existir, mas que a maioria ainda não tinha tido acesso, ampliando o nível do aprendizado cuja absorção está ocorrendo de acordo com a capacidade individual.

Mas a dor, a perda e o medo nunca foram tão exemplificados. Assim como o sentido de preservação, e estas preciosas lições permanecerão permeando pensamentos e ações, quem sabe, nos tornando pessoas melhores, mais autênticas, menos egoístas, mais afáveis e menos tolas, crendo menos em nossa até então, incorrigível suposta inefabilidade levando-nos a desviar das pedras que continuarão em nossos caminhos.

Quando pensávamos em nós, só enxergávamos o indefectível, mas neste ano de estudos rigorosos, trazidos por uma rígida mestra, estamos adentrando num novo estágio de entendimentos que por todo o tempo, questiona a nossa soberba em acharmos que somos inatingíveis e mesmo que disfarcemos, criando firulas e distrações, jamais poderemos erradicar de nossas mentes as lições assimiladas.

Penso então, que somos tudo e também quase nada meu bem, a não ser que estejamos sempre prontos a absorver a próxima lição, caminho único que nos faz ter a certeza de que viver é muito mais que simplesmente existir.

Que nesta quinta-feira deste agosto friorento e chuvoso, o sol da claridade divina, seja capaz de adentrar em seus cotidianos, como uma mestra rígida, mas repleta de sabedoria.

 

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