Depois de
uma semana de sol onde foi possível descansar das roupas pesadas que o frio nos
obriga a vestir, novamente sem pedir licença, ele volta com força total,
gelando a ponta do nariz e me fazendo pensar em tudo que a humanidade vem
vivenciando neste ano confuso e assustador e ao mesmo tempo, tentando adivinhar
como será o depois, quando for sanado o vírus da pandemia.
Provavelmente
iremos correr na tentativa de resgate dos velhos hábitos, alguns permanecerão
por teimosia ou vício, mas outros provavelmente os mais atingidos, terão mais
cautela imprimindo às suas ações, mesmo as mais corriqueiras, um toque de
humanidade.
Penso que
esta pandemia chegou como uma grande mestra, adentrando com firmeza de
conteúdos nas principais salas de aulas de nossas vidas, trazendo lições que
sabíamos existir, mas que a maioria ainda não tinha tido acesso, ampliando o
nível do aprendizado cuja absorção está ocorrendo de acordo com a capacidade individual.
Mas a dor, a
perda e o medo nunca foram tão exemplificados. Assim como o sentido de
preservação, e estas preciosas lições permanecerão permeando pensamentos e
ações, quem sabe, nos tornando pessoas melhores, mais autênticas, menos egoístas,
mais afáveis e menos tolas, crendo menos em nossa até então, incorrigível
suposta inefabilidade levando-nos a desviar das pedras que continuarão em
nossos caminhos.
Quando pensávamos
em nós, só enxergávamos o indefectível, mas neste ano de estudos rigorosos,
trazidos por uma rígida mestra, estamos adentrando num novo estágio de
entendimentos que por todo o tempo, questiona a nossa soberba em acharmos que
somos inatingíveis e mesmo que disfarcemos, criando firulas e distrações,
jamais poderemos erradicar de nossas mentes as lições assimiladas.
Penso então,
que somos tudo e também quase nada meu bem, a não ser que estejamos sempre
prontos a absorver a próxima lição, caminho único que nos faz ter a certeza de
que viver é muito mais que simplesmente existir.
Que nesta
quinta-feira deste agosto friorento e chuvoso, o sol da claridade divina, seja
capaz de adentrar em seus cotidianos, como uma mestra rígida, mas repleta de
sabedoria.
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