domingo, 19 de abril de 2020

UM PAÍS DIVIDIDO



Estou abismada com a pouca consideração que nós brasileiros estamos oferecendo a esta pandemia que se alastrou como rastilho de pólvora por todo este mundo.
Somos um povo de uma nação dividida, sem parâmetros confiáveis, e aí, salve-se quem puder, mesclando nas posturas individuais, histerismo, alienação ou oportunismo.
 As redes de comunicação, que são concessões governamentais, deveriam ter um mínimo de ética nas suas informações ao público, ao invés de massificar o cidadão 24 horas por dia com notícias que se repetem como discos quebrados e que tem como objetivo adentrar nas mentes como induções cerebrais, usando todos os seus recursos, inclusive de astros e celebridades do momento, como condutores de suas mensagens, altamente contaminadas com o vírus mortal dos interesses puramente comerciais, que como qualquer outro vírus, se mostra invisível e altamente contagioso, contando com um batalhão de colaboradores, todos inseridos no contexto do exclusivismo, mas usando descaradamente a ingenuidade, a insegurança, mas principalmente a ignorância da maior parte do nosso povo.
Por outro lado, o país elegeu um presidente da República que representa a força contrária a esse vírus mortal que sugou as economias do país, enganou com privilégios pífios uma camada carente da população.
Todavia, sem preparo intelectual para esta guerra, cujas armas são puramente emocionais, troca as mãos pelos pés, através de posturas totalmente inadequadas, mas que representam as reações de grande parte dos cidadãos de um país, rico em tudo, mas pobre no quesito humanidade, tirando de todos nós, o restinho de respeito as instituições nacionais.
Estamos literalmente entre o Diabo e o Diabo, buscando em cada um deles o bendito Deus salvador, que nos oriente e nos dê um rumo mais sensato e menos contaminado, mas infelizmente, como de costume, o poderoso, nos deixa sozinhos com os nossos livres-arbítrios.
Deixamos de ser uma unidade federativa, representada por belas e ricas regiões com povos de tradicionais hábitos e costumes, para tão somente sermos, brancos ou negro, héteros ou gays, ricos ou pobres, mas todos, inconscientemente, sendo manipulados pelos cartéis da improbidade.
Dissemos nas urnas apaixonadamente um não à continuidade de uma roubalheira desenfreada, vírus mortal que aprisiona milhões de criaturas na dependência de migalhas, mas não mudamos a forma de enxergar a política e os nossos políticos e continuamos, cada qual, de seu lado partidário, flagelando o país e seu povo.
O CODIV 19 tem sido a cada dia e em cada parte deste país, o retrato duro e cruel do que, infelizmente, nos transformamos. Afinal, também a cada instante, transformamos os outros em invisíveis e, com a nossa inconsequência, deixamos de ser pessoas e passamos a ser mais um vírus mortal, repletos de firulas e falsos valores, pensando unicamente em nós.
Durante anos a fio, escrevo e falo sobre o pior mal que a esquerda fez ao país, afinal, ela dividiu o cidadão em categorias, matando a unidade que, mesmo idiotamente, a alimentava.
Tínhamos nossas diferenças e preconceitos, mas com certeza, poderíamos ter encontrado uma forma menos mortal de corrigir estas chagas, que não fosse a destruição de nossas crenças e valores.
Somos hoje, uma terra de ninguém, onde cada líder quer mais audiência, mais aplausos, mais dinheiro, como se não houvesse amanhã.
Como fazer uma família, onde 5 ou até 10 pessoas dividem um ou dois cômodos de um arremedo de residência, acreditar que máscaras, luvas e álcool que não podem comprar, salvarão suas vidas?
Que vida, afinal de contas?
Se elas morrem de doenças provocadas pela alimentação precária e pela falta mínima de assistência de todos os níveis, elas morrem, através da violência que as cercam, e elas matam, pelos mesmos motivos.
E nós, pensadores tupiniquins da esquerda ou da direita, batemos continência para as forças armadas, como se eles, na figura de seus mandatários, não fossem pessoas e brasileiros, sujeitos também à contaminação.
Enquanto isso, vamos a Igreja e doamos ao Pastor, falsário contumaz, parte do farelo recebido nas filas quilométricas da Caixa Econômica ou nas lotéricas, a fim de agradá-lo, na esperança ignorante que Deus, finalmente saia da constante e cômoda observação dos nossos sofrimentos e venha nos salvar.



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