domingo, 26 de abril de 2020

A ESCRAVIDÃO AINDA EXISTE



Existem tantos acordos espúrios de interesses em relação aos erários públicos, que as nossas vãs filosofias de simples mortais, não conseguem alcançar, que dirá provar.
Sinto por toda a minha vida produtiva, que existe uma morosidade nos órgãos fiscalizadores, dando até mesmo a suposta falsa impressão de que são cúmplices (alguns são), desta situação histórica em nosso país.
Tudo parece um eterno girar que sempre volta ao início, sem alterar absolutamente nada, pois, ao povo, fica como opção apenas, olhar, reconhecer as improbidades, mas tendo que se conformar, pois o sistema judiciário é lento e o legislativo extremamente corrupto e omisso.
Para quem acompanha fora da raia principal, como um cavalo independente, o cenário político, mas que em ocasiões específicas dividiu a mesma raia, sabe com tristeza que nada, absolutamente nada, irá mudar, se o povo não se unir em favor do próprio povo.
Enquanto, as figuras A ou B, representarem o bem-estar individual nas avaliações e for mais importante que o bem-estar da cidade como um todo, a vantagem sempre será do falso convencimento, jamais da veracidade de propósitos.
Impossível a uma gestão, consertar em quatro anos, um abandono de décadas, mas com certeza, pode e deve ter responsabilidade em aplicar de forma disciplinada os recursos públicos, a fim de poder estender os tentáculos da restauração, ao mais variado panorama possível.
Como em todas as demais cidades, também em Itaparica existem locais historicamente sofridos e extremamente dolorosos para os seus habitantes, onde os recursos recebidos não foram aplicados, abrindo uma brecha amarga nos corações daqueles que, hoje, se sentem enganados e frustrados nas suas generosas doações de confiança ao depositarem esperançosos seus preciosos votos nas urnas.
PROMESSAS E MAIS PROMESSAS, DESCULPAS E MAIS DESCULPAS, ACORDOS E MAIS ACORDOS, tudo acontecendo aos olhos de um povo simples, ingênuo, mas jamais cego ao ponto de engolir gato por lebre.
Por incrível que possa parecer aos entendimentos egocêntricos de nossos políticos, o povo brasileiro está, a cada dia, mais informado sobre as formas esdrúxulas e abusivas com que o erário público é usado em detrimento de suas próprias qualidades de vida, e está, mesmo lentamente, se conscientizando e dizendo não aos seus algozes.
Há quem ainda se engane, existem os que por motivos de vantagens pessoais, fingem que não vê, e existem os que por total decepção, fujam da verdade, mas também há gente como eu e tantas mais que insistem nas mudanças que possam aos poucos ir corrigindo esta dura banalidade administrativa pública brasileira, que afronta e aprisiona o bem comum.
Um cidadão na plenitude de seu bom senso e respeitabilidade pessoal, não pode admitir uma folha de pagamento tão ampla e dispendiosa, favorecendo os de fora ou tão somente amigos, dispensando a qualificação, em detrimento dos munícipes locais, luxos e salamaleques, enquanto, a maioria do povo, pisa na lama, respira o chorume dos lixos das esquinas e lotes vagos, convive com matos, ratos, baratas, mosquitos e toda sorte de vírus e bactérias, até mesmo, com o esgoto a céu aberto, e dependendo do suporte Federal para não fenecerem de absoluta fome, numa cidade de dimensões mínimas, mas com uma arrecadação orçamentária considerável.
É preciso que tenhamos um mínimo de respeito próprio, para não mais aceitarmos feitores cruéis travestidos de bondade, mas sempre com o chicote na mão, para nos fazer dançar ao ritmo de seus próprios interesses, numa contínua escravidão emocional.
Porque, minha gente, pior que ser escravo ingênuo de um sinhozinho malvado é estar submetido a ele, mesmo reconhecendo suas crueldades, mas tendo também de reconhecer o seu próprio fracasso em não saber ou não poder soltar-se das correntes, geralmente por incompetência, covardia ou, o que é pior, aspiração em galgar o mesmo status.
Afinal, todo assessor de reizinho de periferia que se preza, sonha em um dia ser o protagonista de mais uma peça mambembe nos teatrinhos dos palanques da vida.
Que Deus nos abençoe e vá, aos poucos, clareando as nossas intenções e visões, libertando-nos das correntes dos senhores dos poderes, que nós mesmos elegemos.

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