segunda-feira, 23 de março de 2020

NA CONTRA-NÃO


NA CONTRA-NÃO de uma mídia viciada em sensacionalismo e brilhos falsos, de um sistema insaciável pela instantaneidade e por uma humanidade que se esforça inconscientemente em não avançar, como faz com o tudo mais, em relação a sua própria humanização, apesar de conhecer de cabo a rabo, os requisitos que a ela conduz.
Confusa, fora de contexto, foi assim que verdadeiramente, sempre me senti, frente as incoerências que intuitivamente, percebi desde que me lembro com o poder de enxergar, ouvir, sentir, com a lógica de uma razão interpretativa que, não me permitiu camuflar, qualquer situação incoerente, quanto, as ações e reações individuais, pessoais ou de grupos.
A princípio, pensei que era louca e me apavorei, enfiando os pés pelas mãos, depois, mas muitos tropeços depois, mais tranquila, percebi que eu não era igual à maioria, mas não me conformei e, tão pouco, tentei esconder de mim mesma, esta diferença que me isolava, me excluía e é claro, em muitas ocasiões, me fez chorar.
Afinal, era nítido para mim que o espaço planetário era de todos e que cada pessoa era tão somente, uma humanidade completa, perfeita e única.
Ora, pensei, se existe no mundo infinitas diferenças, porquê, exigir de mim ser igual a algo ou a alguém?
E a partir desta premissa, fiz da escrita, meu caminho de liberdade, igualdade e fraternidade, pois, fui percebendo que igual a mim, existiam muitos outros que ainda não tinham descoberto seus caminhos de escape deste amontoado de hipocrisias, que flagela e faz doer, se não o corpo, com certeza a alma.
Ainda assim, pensando e agindo desta forma, tenho sobrevivido em meio a este mundo inventado de falsos brilhos e ilusões.


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