Há uma
enorme diferença entre optar em ficar em casa e não poder sair de casa. Até
então, que me lembre, só mesmo na infância, quando o castigo pelos males
feitos, tinham como punição, não poder brincar na calçada.
Sim, porque
sou do tempo que andar de patins ou de bicicleta com os amigos da rua, era mais
importante que o tudo mais.
Todavia,
afora as brincadeiras na calçada, e o bendito banho de mar, ficar em casa, sempre
foi minha opção mais corriqueira, pois, nada podia substituir meu colchão de
molas que moldava-se ao meu corpo e me aconchegava a alma, permitindo-me fazer
mil planos de sonhadora contumaz, enquanto, percorria com os olhinhos ágeis de
menina, o poderoso galho da amendoeira do vizinho, que se esticava majestosamente
flexível, adentrando em meu quarto, através da janela, tão logo era aberta e
que, não havia determinação de pai ou mãe, que fosse capaz de cortá-lo.
O tempo foi
passando, mil experiências fui vivenciando, mas ficar ou voltar para a minha
casa, sempre foi um enorme prazer.
Agora, que
posso usufruir abusadamente do fato de não sair de casa, estranho, pois,
sinto-me refém da obrigatoriedade de não poder sair e minha mente, ansiosa, só visualiza
a praia que está logo ali, tão pertinho e eu, sequer posso ir deleitar-me
naquelas águas mornas e tranquilas, que tanto bem me fazem.
Preciso me
acostumar, mas confesso que vez por outra, a menina rebelde fica tentando a
mente da senhora responsável, dizendo:
“Só uma
escapadinha”!
Ontem e hoje,
fui capaz de resistir.
OH! Deus
meu, até quando?
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