sexta-feira, 20 de março de 2020

De repente, stop!


O dia, não amanheceu e os pássaros ainda estão silenciosos nesta madrugada de março. O verão, já deu o seu até breve, nos deixando com o gostinho de quero mais.
Quieta no meu refúgio de paz, penso nos últimos acontecimentos que colocam o mundo de ponta cabeça, tentando mensurar a rapidez das mudanças que estão ocorrendo nos lares, nos comércios, na economia e no tudo mais, tal qual, a alternância das estações.
De repente, foi imposto um stop, nos hábitos e costumes e, então, fico me perguntando, quantos, estavam preparados para de um momento para o outro, simplesmente parar com todas as atividades para, em seguida, ter que encarar um convívio doméstico há muito negligenciado ou, simplesmente, adequado às labutas do constante progresso com suas incessantes necessidades?
Não resta a menor dúvida que na maioria das vezes, conviver com aqueles que amamos, confinado 24 horas por dia, sem qualquer atividade, da qual, nos acostumamos em nossos cotidianos, pode ser monótono e até mesmo desesperador, já que programamos posturas que determinam nosso grau de envolvimento prático, seja lá no que for.
De uma hora para a outra, nossa rotina foi alterada sem aviso prévio, deixando-nos diante uns dos outros, por tempo indeterminado e sem opção de escape, também, seja lá para o que for.
Diferente do final de semana, das férias e dos feriados, esta situação inusitada, com certeza nos fará repensar nos valores que abraçamos, nos hábitos que adquirimos, na vida fugaz que em nós reside, mas acima de tudo, nos fará experimentar de forma empírica a nossa capacidade em sermos tolerantes, compreensivos e amigáveis, por pura necessidade de sobrevivência física e emocional.
Concluo que após a passagem desta tormenta sistêmica, mudanças drásticas acontecerão nos lares e nas almas de cada um de nós.
Afinal, reaprender a conviver é preciso, nem que seja, apenas, conosco, aceitando amorosamente o inevitável colóquio contínuo de guerra e paz.

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