Sentada, silenciosamente em minha cadeirinha nas areias da
praia, nesta manhã, como em infinitas outras, prestava atenção nas pessoas que
desfilavam diante do meus olhos, e como criança travessa, fiquei imaginando suas
histórias, como se todo aquele cenário fantástico, como pano de fundo, fosse adorno
de um enorme palco, repleto de atores, cujos textos, mesmo decorados, estavam
bem guardados, atrás dos sorrisos e dos seus caminhares, nem sempre livres.
Adoro contemplar as pessoas e a vida em toda a sua
exuberância, e este meu bem-querer, absolutamente encruado no meu jeito de ser,
é como um imã que atrai sorrisos amistosos, acenos espontâneos, assim como,
posturas tão inusitadas que, mesmo frequentes, sempre me encantam.
Penso e imagino insistentemente um histórico para cada uma,
sempre buscando transformá-las em personagens de contos de fadas, como se o sol
que abraça seus corpos, fosse o eterno farol de suas felicidades, mesmo
reconhecendo serem apenas falácias mentais de uma velha senhora, em seus
devaneios de um mundo perfeito.
Em meio aos meus auspiciosos sonhos, sob a sombra bendita de
um coqueiro, desfrutei de tudo e sorvi um pouco de todos, adicionando à minha
própria história, os fragmentos das energias, que todas elas, mesmo sequer me
notando, doaram-me generosamente.
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