segunda-feira, 26 de março de 2018

INCOERÊNCIA?



Nada como um pouco de aparente solidão para darmos espaço à mente para pensar a respeito das coisas com as quais vivemos e que se mostram também tão aparentemente incoerentes.
Não há um só lugar que se adentre em Itaparica que o assunto não seja a respeito da nova gestão e sua questionada eficácia administrativa.
Isso me faz lembrar do ano de 2016, onde o mesmo ocorria e, em ambos os casos, observei uma precipitação nas avaliações, já que os exageros de qualquer natureza sempre devem ser observados com critérios rigorosos.
Ainda me lembro o quanto era constrangedor, para quem não era partidário da atual Prefeita, ficar calado frente a quantidade de insultos, assim como o desfilar de possíveis realizações que aconteceriam após as eleições, já que era dado por todo o tempo, como certa a vitória da mesma.
Era uma euforia, que cá para nós, bonita de se ver, afinal, pelo menos para mim, após tantos anos da eleição de Cláudio Neves, levando-me a concluir no dia da vitória, que a pupila, finalmente se igualou ao mestre quanto ao apoio popular.
Mas como uma boa gata escaldada de tantas outras cachoeiras de entusiasmos que secavam com o mesmo vigor, tempos depois, quando, as expectativas se frustravam, fiquei de prontidão, esperando estar errada, já que, torcer pelo pior é tão somente uma oposição burra e maldosa.
Todavia, nos meus quarenta e poucos anos de jornalismo, jamais registrei tamanha secura, após passados, apenas, dois ou três meses da posse.
Pensei comigo; isso é normal, afinal, ela não poderia empregar 8.808 pessoas.
Todavia, o tempo foi passando e a rejeição aumentando e, ao mesmo tempo, observei que para a gestão tudo estava maravilha, como se os deuses do Oimpo estivessem todos a postos em permanente exaltação.
Rapaz... O que é isso?
Penso hoje comigo mesma, já que mais uma vez, o inédito se apresenta mês após mês, como uma peça teatral de poucos personagens com plumas e arabescos cenográficos, forjando maravilhas que já a mais ninguém convence, mas que satisfaz a pequena plateia cujos convites são ofertados através da garantia de um emprego, que tudo isso, pode se reverter se duas ou três ações de visibilidade eleitoreira se fizerem acontecer antes das próximas urnas em 2020.
Penso também, que toda esta tranquilidade dos mal falados nas ruas, becos e esquinas, talvez seja os efeitos de uma retórica antiga, mas que sempre deu certo para os políticos daqui ou de qualquer lugar deste pais varonil em que, “povo feliz é todo aquele que é atendido, próximo às eleições”, sufocando a dor do restante do tempo de mazelas e malversação de qualquer natureza.
Estou falando bobagem?
Sem contar que somos um povo com forte tendência à pratica do sadismo miserável, pois sofrer é o nosso lema para ganharmos a bendita entrada no céu.
Enquanto isso, os bombons são ofertados a eles por eles mesmos, através de casas bonitas, carros de primeira, viagens espetaculosas.
Portanto, não há incoerência, apenas uma repetição do entusiasmo do início, criando assim, um aparente novo modelo que só se destaca pelo volume dos votos.
Tudo como dantes no Quartel de Abrantes.
E os espertos, somos nós?
Poupem-me por favor.

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