Nada como um
pouco de aparente solidão para darmos espaço à mente para pensar a respeito das
coisas com as quais vivemos e que se mostram também tão aparentemente
incoerentes.
Não há um só
lugar que se adentre em Itaparica que o assunto não seja a respeito da nova
gestão e sua questionada eficácia administrativa.
Isso me faz
lembrar do ano de 2016, onde o mesmo ocorria e, em ambos os casos, observei uma
precipitação nas avaliações, já que os exageros de qualquer natureza sempre
devem ser observados com critérios rigorosos.
Ainda me
lembro o quanto era constrangedor, para quem não era partidário da atual
Prefeita, ficar calado frente a quantidade de insultos, assim como o desfilar
de possíveis realizações que aconteceriam após as eleições, já que era dado por
todo o tempo, como certa a vitória da mesma.
Era uma
euforia, que cá para nós, bonita de se ver, afinal, pelo menos para mim, após
tantos anos da eleição de Cláudio Neves, levando-me a concluir no dia da vitória,
que a pupila, finalmente se igualou ao mestre quanto ao apoio popular.
Mas como uma
boa gata escaldada de tantas outras cachoeiras de entusiasmos que secavam com o
mesmo vigor, tempos depois, quando, as expectativas se frustravam, fiquei de
prontidão, esperando estar errada, já que, torcer pelo pior é tão somente uma
oposição burra e maldosa.
Todavia, nos
meus quarenta e poucos anos de jornalismo, jamais registrei tamanha secura,
após passados, apenas, dois ou três meses da posse.
Pensei comigo; isso é
normal, afinal, ela não poderia empregar 8.808 pessoas.
Todavia, o tempo foi
passando e a rejeição aumentando e, ao mesmo tempo, observei que para a gestão
tudo estava maravilha, como se os deuses do Oimpo estivessem todos a postos em
permanente exaltação.
Rapaz... O que é isso?
Penso hoje comigo mesma,
já que mais uma vez, o inédito se apresenta mês após mês, como uma peça teatral
de poucos personagens com plumas e arabescos cenográficos, forjando maravilhas
que já a mais ninguém convence, mas que satisfaz a pequena plateia cujos convites
são ofertados através da garantia de um emprego, que tudo isso, pode se
reverter se duas ou três ações de visibilidade eleitoreira se fizerem acontecer
antes das próximas urnas em 2020.
Penso também, que toda esta
tranquilidade dos mal falados nas ruas, becos e esquinas, talvez seja os
efeitos de uma retórica antiga, mas que sempre deu certo para os políticos
daqui ou de qualquer lugar deste pais varonil em que, “povo feliz é todo aquele
que é atendido, próximo às eleições”, sufocando a dor do restante do tempo de
mazelas e malversação de qualquer natureza.
Estou falando bobagem?
Sem contar que somos um
povo com forte tendência à pratica do sadismo miserável, pois sofrer é o nosso
lema para ganharmos a bendita entrada no céu.
Enquanto isso, os bombons
são ofertados a eles por eles mesmos, através de casas bonitas, carros de
primeira, viagens espetaculosas.
Portanto, não há
incoerência, apenas uma repetição do entusiasmo do início, criando assim, um aparente
novo modelo que só se destaca pelo volume dos votos.
Tudo como dantes no Quartel
de Abrantes.
E os espertos, somos nós?
Poupem-me por favor.
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