terça-feira, 27 de março de 2018

O CONTRADITÓRIO



Fala-se muito no respeito que se deva ter às opiniões contrárias, todavia, difícil de se encontrar na prática dos relacionamentos uma real aceitação, já que é da natureza humana querer sempre estar com a razão, seja lá do que for.
E aí, com o advento das redes sociais, este transtorno de personalidade veio à tona, deixando transparecer de forma crua, o quanto somos capazes de nos esmerar na crueldade, com todo aquele que não concorda com as nossas escolhas ou avaliações.
Não sabemos em geral argumentar, expondo de modo claro nossas ideias e ideais; partimos logo para a agressão, forma rápida de interromper o que poderia ser um salutar aprendizado.
Daí, estarmos caminhando para a barbárie sistêmica, onde a verdade individual se torna absoluta e a ignorância em todos os níveis se solidifica.
Perdemos de tal forma a capacidade de conviver de maneira saudável que, até mesmo, membros do maior escalão da República, como os do STF, se comportam como feras enlouquecidas, perdendo todo o senso de compostura frente ao cargo que ocupam, esquecendo que deveriam ser exemplos de ética comportamental, parâmetros de equilíbrio e guias de decência à um povo destruído em sua capacidade avaliativa.
Perdemos o rumo, justo, porque perdemos as latitudes necessárias às convivências, optando pelo exclusivismo, travestido de direitos que se perdem frente a real e palpável aceitação do diferente e até mesmo do contrário.
Vivemos tempos de, tão somente, hipocrisia social com requintes de um progresso humanitário que não se sustenta.
Confesso que estou assustada com a inversão contínua dos valores morais e éticos, que até precisavam ser lapidados, mas jamais destruídos.
E aí, lembro-me dos saraus que fazíamos nas madrugadas de Brasília em plena ditadura militar, após o fechamento diário das edições do Diário de Brasília, onde cada um de nós, jovens, velhos, brancos e negros, gays e héteros, diretores e empregados, todos, trabalhadores fiéis do ofício da comunicação, que tão somente se encontravam para conversar, trocar ideias, exercitando uns com os outros as delícias da bendita convivência.

E viva a cervejinha gelada do Bar do Marcos, do violão e dos sorrisos francos de um tempo que permanece nas lembranças.
E pensar que às 9 da manhã seguinte, lá estávamos nós, firmes para uma nova jornada de vida e liberdade, cada qual, com o seu jeito de ser e de pensar.
Éramos verdadeiramente livres e sequer nos apercebíamos, pois, a autêntica liberdade não carrega bandeiras e muito menos arrogância, não se impõem, apenas existe, na certeza que reside na alma de cada criatura humana, na medida de seu olhar amoroso para si mesmo e, consequentemente, para o tudo mais.
Tempos difíceis os que estamos vivendo.

segunda-feira, 26 de março de 2018

INCOERÊNCIA?



Nada como um pouco de aparente solidão para darmos espaço à mente para pensar a respeito das coisas com as quais vivemos e que se mostram também tão aparentemente incoerentes.
Não há um só lugar que se adentre em Itaparica que o assunto não seja a respeito da nova gestão e sua questionada eficácia administrativa.
Isso me faz lembrar do ano de 2016, onde o mesmo ocorria e, em ambos os casos, observei uma precipitação nas avaliações, já que os exageros de qualquer natureza sempre devem ser observados com critérios rigorosos.
Ainda me lembro o quanto era constrangedor, para quem não era partidário da atual Prefeita, ficar calado frente a quantidade de insultos, assim como o desfilar de possíveis realizações que aconteceriam após as eleições, já que era dado por todo o tempo, como certa a vitória da mesma.
Era uma euforia, que cá para nós, bonita de se ver, afinal, pelo menos para mim, após tantos anos da eleição de Cláudio Neves, levando-me a concluir no dia da vitória, que a pupila, finalmente se igualou ao mestre quanto ao apoio popular.
Mas como uma boa gata escaldada de tantas outras cachoeiras de entusiasmos que secavam com o mesmo vigor, tempos depois, quando, as expectativas se frustravam, fiquei de prontidão, esperando estar errada, já que, torcer pelo pior é tão somente uma oposição burra e maldosa.
Todavia, nos meus quarenta e poucos anos de jornalismo, jamais registrei tamanha secura, após passados, apenas, dois ou três meses da posse.
Pensei comigo; isso é normal, afinal, ela não poderia empregar 8.808 pessoas.
Todavia, o tempo foi passando e a rejeição aumentando e, ao mesmo tempo, observei que para a gestão tudo estava maravilha, como se os deuses do Oimpo estivessem todos a postos em permanente exaltação.
Rapaz... O que é isso?
Penso hoje comigo mesma, já que mais uma vez, o inédito se apresenta mês após mês, como uma peça teatral de poucos personagens com plumas e arabescos cenográficos, forjando maravilhas que já a mais ninguém convence, mas que satisfaz a pequena plateia cujos convites são ofertados através da garantia de um emprego, que tudo isso, pode se reverter se duas ou três ações de visibilidade eleitoreira se fizerem acontecer antes das próximas urnas em 2020.
Penso também, que toda esta tranquilidade dos mal falados nas ruas, becos e esquinas, talvez seja os efeitos de uma retórica antiga, mas que sempre deu certo para os políticos daqui ou de qualquer lugar deste pais varonil em que, “povo feliz é todo aquele que é atendido, próximo às eleições”, sufocando a dor do restante do tempo de mazelas e malversação de qualquer natureza.
Estou falando bobagem?
Sem contar que somos um povo com forte tendência à pratica do sadismo miserável, pois sofrer é o nosso lema para ganharmos a bendita entrada no céu.
Enquanto isso, os bombons são ofertados a eles por eles mesmos, através de casas bonitas, carros de primeira, viagens espetaculosas.
Portanto, não há incoerência, apenas uma repetição do entusiasmo do início, criando assim, um aparente novo modelo que só se destaca pelo volume dos votos.
Tudo como dantes no Quartel de Abrantes.
E os espertos, somos nós?
Poupem-me por favor.

domingo, 25 de março de 2018

UAI, sô ...



Finalmente, acabei entendendo o que significa o tal do “uai”, tão incorporado no linguajar dos mineiros e que de bobagem ou gíria nada representa, sua origem é do Brasil Império.
Tratava-se de uma senha, usada como identificação dos “inconfidentes”, afim de se identificarem nas ocasiões sociais ou para adentrarem nos esconderijos, onde aconteciam as clandestinas reuniões.
Era uma sigla que significava: União- Amor e Independência.
Entender o significado do que falamos é sempre conhecer melhor a nossa cultura.

sábado, 24 de março de 2018

CANTADORA



Nesta madrugada, amanheci cantadora, talvez na vontade inconsciente de imitar os pássaros.
Abro a janela e o silêncio só não é total, pois a chuva pesada cai impiedosa, formando uma pequena cascata caudalosa nos degraus ao pé da varanda e banhando vigorosamente as minhas plantas e árvores, chegando a envergar os galhos mais frágeis, fazendo-os bailar tal qual, as folhagens dos coqueiros.
Respiro fundo e deixo entrar o frescor desta madrugada de outono em mim, revigorando a essência de sonhadora e apaixonada, despertando-me para um novo dia.
Que maravilha viver!!!!!
Bom dia a todos com o meu carinho.

sexta-feira, 23 de março de 2018

FAZER O QUÊ?



Apostei 50,00 reais a favor da decisão que se confirmou no julgamento espetaculoso do recurso do Ex-presidente Lula da Silva na tarde e parte da noite de ontem.
Circo armado e previsível de um STF, que há muito vem perdendo a sua capacidade de se fazer respeitar.
Como levar a sério, horas a fio de um desfile de verborreias jurídicas, praticamente inteligíveis à maioria do povo, numa repetição de posturas camuflativas, disfarçando um clima tenso que certamente, não passou despercebido dos pobres mortais que assistiam ao show dos maiorais.
O tom de defesa reinou entre as autoridades máximas do judiciário que mesmo utilizando-se das costumeiras artimanhas, vez por outra, algum com expressão solene, lembrava aos demais que se tratava de um ex-presidente de dois mandatos, como se o fato de ser a autoridade também máxima de um país, não devesse ser aplicado nas suas condutas, morais e éticas.
Perdemos de vez o rumo, o prumo e a decência, quando penso que tais autoridades são os espelhos distorcidos de cada político deste país.
Como então condenar, vereadores e Prefeitos, Deputados e senadores em suas condutas primárias de falta de respeito público?
Seja o que Deus quiser, mas até o momento, até Deus parece-me enfadado de tanto lixo a céu aberto.
Tecer considerações mais profundas é total perda de tempo.



quinta-feira, 22 de março de 2018

SEJA BREVE



Conversando com minha filha a respeito de uma nova forma de me comunicar nas redes sociais, escutei dela o seguinte:
- Mãe adorei, mas para fazer sucesso, precisa que suas mensagens sejam breves.
Não foi novidade para mim, já que observo há alguns anos, que quando escrevo um texto mais analítico recebo bem menos curtidas e comentários do que quando coloco mensagens curtas e diretas, o que sempre me causou frustrações, afinal, para que tanta pressa tem as pessoas hoje em dia?
Não vou entrar em considerações, cada qual sabe de si, não é mesmo?
Mas fico pensando que tanta pressa tem nos levado aonde, mesmo?
Não seria a pressa uma nova vestimenta para a preguiça de se ir mais fundo, seja lá, aonde for?
E que talvez essa pressa contínua esteja flagelando os prazeres maiores, como ler um bom romance, apreciar um lindo pôr do sol, bater um papo com amigos, sem necessariamente ser na sexta no final do expediente com a adição etílica, ouvir um outro alguém em seus instantes de dor, sei lá...
São tantos os momentos que passamos a atropelar com nossas pressas irracionais, abraçando retóricas que não permanecem e, quando se vão, deixam um profundo vazio.
Não seria a pressa, tão somente, a necessidade de buscar rápido um tapa buracos de nossas frustrações?
Lá vamos perdendo a capacidade de concentração e, consequentemente, a de análise, perdendo, assim, também o senso lógico, e aí, o comum à maioria passa a ser o barato da hora, na realidade, o tampa buraco que só aumenta a distância entre eu e o tudo mais...
E aí, “Lulinha, paz e amor... “Diretas já... “Mãe do PAC ... Fora Temer ... e muitas outras, hoje frustram muita gente.
Isso não é justo, isso é sacanagem!

segunda-feira, 19 de março de 2018

RECEBENDO DEUS



De repente, o dia começa a amanhecer, meus pássaros como sempre me acordam, sento na cama e penso:
-Levantar tão cedo para quê?
Mas o hábito faz o monge e dez ou quinze minutos depois, cansados de também esperarem, meus cachorrinhos, começam a bufar ao pé da janela do quarto, pedindo inquietos para entrarem, pois, a rotina deles, não mudou.
Agora juntos, pois estão sempre aonde estou, amparam-me nesta aparente solidão onde permanece a maior parte do tempo, qualquer escrevinhador e onde tento narrar esta minha nova rotina de desocupada que ora começa.
Neste instante, o pássaro assoviador se chega em minha amoreira, fazendo a maior zuada, talvez para me lembrar que rotinas, até podem ser alteradas, mas ainda assim, a vida bela e diversificada me aguarda, para juntas, iniciarmos uma nova caminhada.
E aí, olho através da janela e ao enxergar, parte do céu radiantemente se iluminando e ao mesmo tempo, sentindo os aromas já tão conhecidos dos frutos e das plantas, respiro fundo, sorrio e curvo um pouco o meu dorso, num cumprimento respeitoso, porque afinal, Deus está me visitando, como o faz a cada amanhecer, numa cortesia inestimável, só para me desejar um bom dia!
Como então, não levantar e perder este encontro matinal?
Afinal, foram estes encontros logo cedinho que mantive com Deus, onde pude enxerga-lo magnificamente divino, através dos céus e seus amanheceres que me deixei invadir pela paz, companheira fiel que me ampara e me inspira a sentir todo o restante de cada dia, como sagradas experiências, onde jamais deixei de exercitar a mente e a alma com vida e liberdade.
Bendito o Deus que enxergo no tudo à minha volta.
Bendito o Deus que enxergo em ti, que me lê neste instante.
BOM DIA!!!!


sábado, 17 de março de 2018

LIBERDADE DE EXPRESSÃO



Se tem algo que realmente vale a pena nas redes sociais é essa tal de liberdade de expressão, que não importava muito no passado, até porque, não se tinha consciência do que realmente significava, até que a ditadura foi implantada e muitas vozes foram silenciadas.
E assim como num passe de mágica, alguns segmentos descobriram o valor da liberdade de poder dizer o que se pensa.
E aí, exercitar o uso das palavras foi um passatempo inconsciente, mas muito eficaz para os jovens daquela época, que buscaram nas leituras dos grandes mestres da literatura recursos linguísticos e filosóficos, caminho mais seguro para um aprendizado mais sólido, formando-se então, à época, um sem número de intelectuais que nos brindaram e alguns ainda brindam com os seus mananciais de conhecimentos, transformados em poesias e músicas que mesmo não tendo exata noção do bem que nos apresentavam, fazia enaltecer valores, sonhos e desejos, tão somente armazenados  e nunca expressados, deixando o abusado risco de arriscar para os mais afoitos ou manipulados.
O tempo passou, a globalização chegou e com ela a internet, que deveria ter aberto fronteiras de aprendizado para a maioria de pessoas como nós, ilhados também em sua maioria em terras esquecidas pela educação formal.
Mas não tem sido assim, infelizmente...
Todavia, dentre tantas novidades que a mesma nos trazia, chegou uma que nos libertou, dando espaço a todos sem discriminação, local sagrado que passou a ser chamado de rede social, onde movimentos de todas as naturezas se formaram, ideias e ideais proliferaram e, finalmente, sem qualquer controle, jovens e adultos, foram abraçando indiscriminadamente hábitos e costumes de infinitas localizações, fazendo do aqui e agora, no eu e não nós, a fórmula perfeita de se sentir livre.
Livre para falar o que justo lhe pareça, mesmo que vá doer na alma de outros que não comunguem com as mesmas impressões deste ou daquele assunto.
E para tanto se diz: “QUE SE RETE”, sem que se tenha exata extensão do egoísmo desta expressão, da brutalidade que nela reside, onde apenas o que se pensa existe e faz valer a opinião, numa desconsideração perversa ao tudo mais.
Penso então, que liberdade é antes de tudo saber se colocar entre as diferenças, num respeito sábio de si mesmo e do outro, enquanto contraditório, extraindo dele novas visões que não devem ser desconsideradas, a fim de não nos tornarmos ditadores individuais da verdade absoluta, portando por todo o tempo como arma de imposição nosso cada vez mais limitado entendimento sobre qualquer assunto que se apresente.
Pense nisto em todas as vezes que usar palavras como espada libertadora de suas frustrações solitárias, mesmo que amparadas  aos movimentos disto ou daquilo que, por enquanto, estão mais preocupados em defenderem seus interesses, mesmo que como tratores desgovernados, atropelem o tudo mais, com a bandeira libertária como escudo de guerra, mantenedor constante do separatismo, cujos exemplos podem ser constatados no cotidiano deste país varonil, onde os índices educacionais, real arma de combate a ignorância de qualquer natureza é desconsiderado e até mesmo discriminado.
Alguém escreveu que o “conhecimento” é o único poder de transformação e contra este, não os inteligentes, apenas os espertos se rebelam.




APENAS UMA QUESTÃO DE VISÃO



Se todos passassem o tempo que dispensei na minha vida para, tão somente, observar e pensar, com certeza o mundo seria um paradeiro sem fim e eu não teria o que analisar, ponderar e, finalmente, expressar.
Não que eu tenha sido uma paradona em tempo integral, afinal, a vida não me deu esta canja, pois precisei batalhar muito, todavia, mesmo na labuta, encontrava aquele instante em que algo chamava a minha atenção e então, lá estava eu, registrando e por vezes, horas, aquele fato dominava a minha mente, numa busca incessante de compreensão.
Pelo que me lembro, sempre foi assim, mesmo em criança. Será genético?
Sei lá...
Mas também, a quem importa.
Hoje entendo que na realidade, percebi muito cedo a falta de coerência em quase tudo da criatura humana, que talvez por não saber exatamente nada de nada, pois somos absolutamente neófitos de nós mesmos, debruçamos nossas mentes em posturas totalmente díspares do que pensamos ou gostaríamos de realmente expressar, daí tantos desencontros, lutas desnecessárias, falas inúteis, jargões nos quais nos agarramos como tábua de salvação, a fim de nos sentirmos integrados a alguma coisa.
E toda esta confusão começa em nossas casas, junto aos que deveriam ser os cernes de nossas vidas e, no entanto, é justamente nela que damos os primeiros passos para toda e qualquer confusão mental, porque na maioria das vezes, crescemos entre os discursos educativos e as ações contrárias às mesmas, num pouporri de atos inversos à lógica de qualquer ética postural, reafirmando a cada momento o velho ditado popular:
“Ouça o que eu falo, mas não faça o que eu faço. ”
E assim vamos crescendo e assimilando cada vez mais alienadamente as infinitas inerências de um sistema feio e malcheiroso, mas vestido com a falsa capa do politicamente correto, posição cômoda para de verdade nada acrescentarmos, pois na realidade, somos preguiçosos existenciais.

quinta-feira, 15 de março de 2018

POIS É ...



Estava aqui quietinha neste sossego de minha casa, e como de costume, ouvindo os meus pássaros neste final de tarde; e como não poderia ser diferente, pensando em tudo que ouço, vejo ou diretamente vivencio e, é claro, que a minha cidade sempre é prioridade, todavia, ao colocar em palavras, preciso ter todo o cuidado para não enviar a intenção errônea das mesmas.
Talvez por esta razão eu seja tão didática, pois ofender e denegrir seja lá o que for, não faz parte de minha natureza pessoal e muito menos profissional.
Penso que estamos tão absortos com os horrores deste sistema social e político que deixamos em sua maioria o óbvio passar despercebido e, então, brincadeiras saudáveis como tivemos no “face” podem ser ricas fontes de inspiração no sentido de acordarmos para o básico que nos falta a cada dia, mas que os holofotes das desgraças, aparentemente maiores, nos cegam, tirando de cada um de nós o foco do que realmente precisamos.
É a terrível banalidade que vem assolando a nossa ética de prioridade de valores a serem preservados ou no mínimo restaurados, pois esta tarefa é a básica e a única capaz de ser exercida por nós, cidadãos.
A mídia de um modo geral, comprometida seja com o comercial ou com o político, ou ambos ao mesmo tempo, tem a expertise de nos manter confusos, invertendo, criando, distorcendo e assim soterrando de forma indelével a nossa coerência existencial em benefício de poucos que se revezam no poder.
Precisamos nos focar em nossa cidade, não para ficarmos como maritacas barulhentas, mas como sábias aves na busca de seu bendito alpiste.
 A educação e a saúde são quesitos básicos para o desenvolvimento de uma cidade e seu povo, pois se vão a contento todo o restante começa a fluir.
E no nosso caso em particular, nada mais é relevante que diminuir o baixíssimo índice educacional, assim como a assustadora fome. Um está atrelado ao outro e, juntos, são como fortes correntes de uma escravidão visivelmente perversa.
Se funcionam a meia boca, a simbiose doentia dos partidarismos atinge e mantém reféns mentes e vidas, num ciclo vicioso de simples troca dos atores nos tronos dos poderes, seja legislativo ou executivo.
Amar Itaparica, ou qualquer outra cidade, não é brigar, perseguir ou denegrir. Amar tem que ser, antes de tudo, união e respeito.
Filosofia, dirão alguns. Utopia dirão outros.
Digo apenas que é amor a esta cidade e ao seu povo.

quarta-feira, 14 de março de 2018

QUE ME PERDOEM AS EXCEÇÕES!


Impossível respeitar qualquer discurso político enquanto for possível constatar-se o absurdo da miséria que é imposta aos seres humanos.
Enquanto o sol do verão está a pino, o calor dos dias alegres de festas e danças nos faz esquecer, e até mesmo aos miseráveis, tanto horror perante aos céus, mas basta que o universo vá chegando, trazendo com ele as chuvas, para a cortina da falsa felicidade cair, desnudando um povo, em sua maioria, abandonado à própria sorte.
Afastei-me dos movimentos políticos porque me recuso a ser mais uma a alimentar a simbiose doentia da fome e da falsa esperança, já que ambos são frutos amargos de um sistema político hipócrita, mentiroso e perverso, que se apropria da ignorância de direitos de um povo sem educação de nenhum nível para obter vantagens pessoais e de grupos.
É desumano a forma egoísta e pífia com que os políticos abusam das criaturas mais carentes deste país, rico e repleto de benécias, que se distribuídas, não haveria de faltar decência existencial para quem quer que fosse ou se encontrasse.
Nada posso sozinha fazer para mudar sequer o andamento safado com que conduzem com voz macia e atitudes ilusionistas o meu país, mas posso resistir, como faço, a assinar em baixo tamanha sacanagem. 
O povo espera ações e não discursos com promessas floridas e desculpas históricas, mas assim como eu, reconhece que deixou o barco à deriva por tempo demais, transformando de 4 em 4 anos suas vivências em esperanças, que hoje, afora quem de alguma forma recebe migalhas dos poderosos, se sente desanimado e não mais acreditando em nada e em ninguém.
São João está chegando e entre fogos e fogueiras, mais uma vez, seremos soterrados com mais prendas que nos engabelarão, até o carnaval chegar.
E de um Trio Elétrico à outro, vamos tocando nossas vidas para lá de precárias, alimentando o gozo dos abusados com a nossa própria ignorância.
Esperto são esses moços e moças que do povo saem e se tornam “autoridades”, afinal, em terra de cego, quem tem um só olho, já é rei.
Não posso mudar o mundo com suas mazelas cruéis, mas posso resistir não me associando a elas e ao mesmo tempo distribuindo vibrações harmoniosas e amorosas onde estou inserida.
Que me perdoem as exceções, que felizmente ainda existem...

domingo, 11 de março de 2018

FALA SÉRIO! ...



Enquanto luta-se pela igualdade entre homens e mulheres, esquecem que ambos precisariam em primeiro lugar ser devidamente alfabetizados e, em seguida, oferecidos a eles a mesma oportunidade de um ensino formal de qualidade, amparado em políticas sociais, simples e eficazes, para que tivessem estímulos no seu desenvolvimento, enquanto pessoas e cidadãos.
Horroriza-me atestar que o sentido de liberdade foi colocado em um patamar rasteiro, onde bundas e peitos tornaram-se prioridades ao mesmo tempo que prolifera uma resistência abusiva que passa desapercebida, pois usa a música como arma de contra-ataque, nesta guerra declarada de disputa de poder.
O tão aclamado movimento feminista, antes de tudo precisaria ter tido o cuidado de não invadir as diferentes culturas, deixando cada qual, com os seus princípios básicos de liberdade, a decisão quanto aos valores de cada país, pois creio que cada grupo humano deva ter autonomia na escolha dos valores a serem alterados.
Em nosso Brasil, com um grau tão absurdo de pobreza e analfabetismo, a inserção de valores oriundos de países distantes anos luz nestes quesitos é o mesmo que jogar deficientes visuais em arenas com leões, não havendo qualquer chance de sobrevivência.
E como uma ação gera outra, através dos anos fomos observando, não um avanço na qualidade de direitos das mulheres, e sim, um absurdo sobre carregamento de tarefas, acompanhados de um marasmo salarial e um descrédito de competência, já que de algum modo esta mesma mulher que galgou e atingiu o status antes apenas masculino de alguma forma, continua atrelada a ele e sob o seu comando, mesmo que negando.
Esta afirmativa se verifica em todas as áreas com raríssimas exceções.
Antes de pensarmos em feminismo ou machismo, precisaríamos ater nossas atenções quanto a educação doméstica e formal de ambos. Esta providência deve beneficiar a todos, independentemente de valores financeiros e econômicos e tão pouco da cor da pele, mas de oportunidades igualitárias e sérias de políticas sociais.
Adentramos em uma era cibernética sem sequer sabermos soletrar o básico gramatical e, assim, deixamos que valores externos se infiltrassem em nossa já frágil cultura, distorcendo brutalmente valores que, tão somente, precisariam ser ajustados na medida de ganhos de conhecimentos globais.
Chegamos ao cúmulo do absurdo, onde a paquera é crime, o carinho é assédio, enquanto os maus tratos proliferam nos paredões de cada cidade, num aviltamento devastador da criatura feminina humana, taxando brutalmente a mulher de incompetente e burra, na medida em que se deixa persuadir pelo macho dominador, senhor ainda do mando e do comando de suas emoções.
Pense nisto antes de abraçar o ilógico em nome de um feminismo sem sentido e absolutamente cruel.

VAMPIROS DO DIA A DIA



O tempo passa e, ao contrário do previsto, a maturidade não facilita em nada o exercício da humildade frente à, vez por outra, abusos que o sistema insistente, através de pessoas confusas e maldosas, nos impõe.
O jeito é respirar fundo, buscando no recôncavo de nossa capacidade espiritual todas as vibrações amorosas produzidas e armazenadas, a fim de não cometermos o erro primário de responder ao ofensor, o que nos colocaria no mesmo patamar de improbidade pessoal na condução de um convívio, no mínimo, respeitoso.
Responder a um vampiro social é o mesmo que o alimentar, oferecendo a ele o sangue do seu equilíbrio pessoal, nutrindo-o justamente com a sua atenção.
Ignorá-lo é o mesmo que mantê-lo nas trevas de si próprio, onde o fugaz, o sem valor e os tão malignos quanto ele, se escoram, formando pirâmides de infelicidade.
E aí, escrevo, deixando escorrer a, tão somente, certeza doída de que estes monstros vivenciais sempre existirão, pelo simples fato de que a maldade é inerente ao ser humano e que, com eles, somos obrigados a conviver, mesmo à distância.
Ao vampiro escroto, sem linha e sugador que insiste em dizer aos meus amigos e ouvintes que só voltou a falar comigo por absoluta pena, por eu estar cancerosa, digo que:
Graças a Providência Divina fui poupada desta chaga, mas, infelizmente, o real câncer que adoece a nossa Itaparica, cidade incrível, ainda não foi extirpado e, enquanto isso não acontece, o câncer devastador que onde pousa causa estragos com o apoio de poucas e nefastas metástases, continua com suas feridas apodrecidas, tentando sugar o brilho de todos nós.
A todos a quem este abusivo vampiro contou tão ignóbil mentira, agradeço e compreendo o porquê de em todas as vezes que comigo se encontram buscarem saber como estou de saúde.
SENHOR, AJUDE-ME A SER SEMPRE UM INSTRUMENTO DE SUA PAZ.



segunda-feira, 5 de março de 2018

PENSE NISSO...


O que se quer e o que se precisa, são questionamentos que geralmente não fazemos a nós mesmos e aí, o nosso mais precioso bem que é a nossa vida, deixa de ser prioridade.

domingo, 4 de março de 2018

SOLITÁRIA...



Em alguns momentos como o de agora em que o dia amanhece nem assim tão devagar, tão somente no seu devido tempo, em que eu diante do computador nada produzo, dou um tempo, retorno, e aí, preciso deixar finalmente o dia despontar iluminado com seus benditos raios de sol colorindo a vida, para então, conseguir dar seguimento aos meus pensamentos e tentar expô-los da forma mais consciente possível, mas também sem perder a intenção amorosa que me caracteriza como pessoa e profissional.
Numa época de Páscoa como o de agora, também solitariamente escrevia o que viria a ser uma ode ao meu país.
Foram palavras doídas de uma jovem que acreditava que tudo poderia ser diferente e certamente o foi, durante anos a fio, pois o chicote louco e impiedoso do poder podou o meu direito de expressão, deixando-me singrar como náufraga em outros mares e aportando em terras desconhecidas, onde lobos e leões também devoravam carneiros incautos e sonhadores.
Ideologia sem pragmatismo devidamente articulado, sem aglutinação de outros tantos abnegados às causas é, tão somente, doença a ser tratada.
Desde então, não levanto bandeiras solitárias e tão pouco deixo de acreditar ser possível, em algum momento, o nosso Brasil mudar através da conscientização de seu povo, todavia, descobri que preciso me cuidar, preservando a essência e a história de vida que me formou como mulher e cidadã brasileira, não também fechando os olhos para a dura realidade que me cerca, onde lobos comem carneiros e que ainda muitos amanheceres serão necessários para que lugares como Itaparica, que deveriam ser espelhos de grandeza, se tornem humanos no acolhimento uns dos outros.
E foi numa época como a que vivo agora, plena semana santa, plena quaresma, que minha alma destroçada pelo prévio entendimento da cadeia alimentar, que escrevi: “Os abutres também choram”, em berços de ouro e champanhe francês, enquanto o povo canta e sorri embalados na pinga e na cerveja barata, fazendo-se esquecer do prato vazio do amanhã.
O tempo incomensurável, mas também cúmplice, abriu novas frentes, ricos aprendizados, fazendo-me compreender dos abutres e lobos desta cadeia de sobrevivência, onde a fome do poder suplanta a lógica do tão somente, viver, tirando-me a venda do ideal, que cegava o real, o bruto, o impiedoso.
Fecho os olhos e ainda assim enxergo e os dedos que dedilhavam as letras de minhas ideias e ideais, hoje com ontem ainda registram a dor de minha solidão frente a chaga contínua do idealismo em acreditar no que deveria ser e nunca será.
“Oh, Pai, perdoai-vos, porque não sabem o que fazem”

sábado, 3 de março de 2018

UM SENTIR E NADA MAIS.



Sozinha neste começo de manhã, quando a luz do dia, ainda não se pronunciou, cá estou, escrevendo ao som dos pássaros que agitados se antecedem aos demais acontecimentos.
Um filme mental se desenrola em minha mente, reproduzindo uns certos momentos, onde o desânimo se abateu sobre mim, pesando meus ombros, travando minhas pernas, tentando impedir o continuar de minha caminhada.
Ainda bem que as fases da vida se alternaram e tudo é passageiro, nada é definitivo.
Então, ao chorar, também sorria, pois tudo sempre há de passar, como a noite que já foi embora, dando passagem a um belo dia que se apresenta.
E entre os risos e choros deste velho filme, cá estou, apenas vivendo, cá estou, apenas sentindo, cá estou entre o tudo mais, existindo.
Sorria, chore, apenas não se aflija por sentir...

quinta-feira, 1 de março de 2018

POIS É...



Fazer o quê, se o tempo lá vai passando e o retrocesso intelectual, segue firme em linha ascendente.
A sensação é que o povo brasileiro vem limitando seus entendimentos ao longo dos tempos, acompanhando freneticamente, o mal gosto das letras musicais e do quase tudo.
É assustador o delírio das massas, num rebolado alucinante, sob os efeitos marginalistas do álcool e das drogas.
E não cabe nesta observação, qualquer conotação religiosa, tão somente, estética e é claro, ética, já que os reflexos desta tormenta modernista, podem ser facilmente encontrados nos desastrosos seguimentos de toda a sociedade.
Enquanto, o caos foi se estabelecendo, os ídolos foram sendo criados e cultuados num verdadeiro e contínuo “show de horrores”, sob os auspícios de uma mídia tendenciosa e de um generalizado desgoverno que usa descaradamente o erário público na promoção destas distorções, distraindo o povo com o mal gosto, o dramaticamente decadente, para que a cada dia, embruteçam físicos e mentes, para fazê-lo mais dançar em todos os sentidos.


HIPOCRISIA





Não é de hoje que escrevo e falo a respeito da necessidade das pessoas, principalmente os políticos, líderes comunitários, “pensantes” sociais, ativistas de qualquer natureza em se aterem às prioridades que se apresentam, de forma nítida e indiscutível, desde que o foco seja por todo o tempo a qualidade de vida.
Isto me remete à Constituição Federal e aos Códigos Penal e Cível, sem querer colocar-me como especialista em qualquer destas áreas, mas buscando sempre a lógica racional que devia permear a condução de nossos raciocínios, questiono o que chamam, Juízes e promotores, como “interpretação”.
Essa afirmativa sempre me incomodou, partindo do princípio de que se a CARTA MAGNA está redigida de forma clara e, como tal, foi aprovada, como então, deve ser constantemente adaptada ao entendimento desta ou daquela autoridade, cujos caráteres e formações pessoais foram moldados de forma diferenciada, inclusive, sob a visão de outros tantos, de outras culturas?
O resultado desta interpretação contínua que visa, hipocritamente, ampliar os entendimentos, mas que na prática, atende, acima de tudo, o então entendimento do mesmo em defesa de suas ideias e interesses pessoais, levou a nossa justiça a um pouporri de interpretações, bem colocadas na medida do conhecimento jurídico de cada um, a um verdadeiro caos e insegurança juridica, possível de serem apreciados nos julgamentos do atual Supremo Tribunal de Federal, estendendo suas malhas de distorções interpretativas à outras esferas, como o legislativo e executivo, seja Federal ou de qualquer Município deste país Varonil que por sua vez, por exemplos abusivos, estendeu-se ao povo em suas avaliações e consequentes decisões e escolhas, sejam pessoais ou no âmbito da avaliação de seus governantes, já que, notoriamente, somos um povo de pouca instrução formal e, quando a possuímos, geralmente é contaminada pelos diversos apelos partidários.
Dirão:
- Quem é a senhora para crer entender de Leis e métodos de julgamentos?
Digo:
- Certamente não sou absolutamente nada, além de uma pessoa que lê, ouve, assiste e acompanha, sempre com o senso crítico presente, na busca incessante de mais entendimento e que não se acanha em expor suas dúvidas, também na busca de encontrar auxílio explicativo.
Já pensava e expunha o pensador “Foucauld”( 1613/1680) com sua célebre frase, erroneamente atribuída a Oscar Wilde:
“ A hipocrisia é uma homenagem que o vício presta à virtude”.

ESPLENDIDO GOZO

De onde surgiu o meu improviso, não sei precisar, mas, com certeza, sempre foi a minha mais autêntica realidade, custando-me em algumas ocas...