Domingo
chuvoso, céu acinzentado, varanda molhada, pássaros cantantes e eu,
aparentemente sozinha pensando na vida que quero ainda ter, nos planos
audaciosos que insisto em formular e nas imensas dificuldades que provavelmente,
terei que enfrentar.
Penso então
nos muitos pincéis de diferentes formas e nas milhares de cores que fui
aprendendo ao longo da vida a quimerar, assim como os não menos quadros que
consegui pintar.
E me lembrando
de cada um deles, vez por outra, dou uma espiadinha lá fora, na esperança quase
lúdica de enxergar um solzinho, um daqueles raros que em alguns momentos podem
surgir, abrindo a mente à novas lembranças, tingindo as folhas com matizes de
luz.
Já não chove
lá fora, mas o céu não clareou e o bendito solzinho, teimoso se escondeu,
talvez seja a vida querendo me ensinar que poemas podem ser feitos, basta olhar
em qualquer lugar.
Que neste
domingo sem sol e com o céu acinzentado eu e você, consigamos resgatar o sol que
existe nas nossas lembranças e, então, projetá-lo em nosso tudo, criando a cada
instante, belas matizes de luz.
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