O dia já havia amanhecido fazia tempo e como de costume naquele mês de janeiro em Teresópolis, uma chuva fininha, mas expeça como uma cortina translúcida, invadia o céu e o jardim, criando estrelinhas de luz brilhante ao se encontrarem com a grama ainda orvalhada em contraponto ao sol ameno, mas absolutamente presente e irremovível, o que simplesmente me fascinava, despertando a minha aguçada curiosidade, sanada pelo comentário sábio e criativo de minha mãe que dizia tratar-se das lágrimas de saudades da viúva solitária em meio ao sol da vida que continua a brilhar...
Hoje, por aqui, amanheceu com um extraordinário casamento da viúva, levando-me a relembrar com ternura a cena melancólica da natureza se expressando mais uma vez, dentre tantas outras que a partir daquele momento icônico com minha mãe em minha infância, emblemou esta manifestação da natureza em minha memória afetiva.
Enquanto escrevo, as lágrimas cessam, permitindo ao sol protagonizar com a suave quentura este domingo outonal, induzindo-me a sorrir como o sol ao pensar nelas, as mães de minha existência, cada qual, a seu tempo, que doaram a mim, o melhor se si mesmas.
Dedico este texto as três mães, que Deus e a universalidade ofereceram a mim, numa generosidade sem precedentes, que jamais me disseram que me amavam em palavras, mas que com certeza, deram-me tantos sois amorosos que fui capaz de sentir em cada instante de minha vida, jamais deixando espaços vazios, onde pudesse adentrar qualquer sentimento, onde o amor, o respeito e a compreensão não estivem inseridos.
Hilda Carvalho, mãe biológica dos afagos e dos exemplos exitosos.
Hilda Roxo, mãe do despertar espiritual, despertando meus sentidos, universalizando-os, ainda na infância.
Maria Zizita Leopoldino Couto, sogra mãe, parceira amiga de vida e aprendizados.
Com estas três fantásticas mulheres, aprendi sobre resiliência, ética, humildade e amor.
Gratidão à vida...
Regina Carvalho-12.5.2024 Itaparica
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