CAMÕES “O homem que traduziu do sal as lágrimas de Portugal”...
Nesta manhã de sexta-feira, que começou chuvosa, mas que agora ostenta uma maravilha de sol, penso nas lutas sociais, nos paladinos de suas justiças, nos cronistas esmagadoramente crueis na amostragem das realidades cotidianas e nos poetas, cada qual, a sua maneira, mesclam a dureza das realidades com o doce envolvente das esperanças e do amor., tal qual, as deliciosas rapaduras nordestinas.
Depois de uma longa conversa franca entre eu e um amigo, possuidor dos mesmos ideais sociais, sobre a situação venatória dos políticos itaparicanos e as sempre desastrosas performances de suas gestões que ao longo destes anos, pós ditadura militar, sequer se deram ao trabalho de mudarem os discursos e ações, mantendo reféns da pobreza e até mesmo da miséria, grande parte deste povo, ao abrir o facebook, deparo-me com um comentário de um amigo em uma de minhas postagens sobre Camões em que ele afirma: “O homem que traduziu do sal as lágrimas de Portugal”...
Portanto, este texto dedico ao amigo Jefersom Borges Zon, pela sensibilidade de seu analogismo ao ponto de me levar a imaginar, no quanto eu gostaria de ter podido ao longo dos meus vinte e dois anos de permanência neste paraíso que amo, ter tido competência em convencimentos para fazer cada cidadão compreender os seus direitos humanos e sociais, para não precisarem através de seus supostos líderes, adentrarem a cada eleição em arenas de destruição generalizada em busca do poder, como ferramenta poderosa de manipulação e conquista.
Discussões sem regras de respeito, contínuos abandonos de projetos viáveis, utilização sistemática das repetições desgastadas de promessas jamais cumpridas, assim como se feras fossem, lutando pela carniça que lhes garantira o titulo de vencedores poderosos, assim como abastecerá suas burras com os bens públicos.
Há muito vivendo numa cidade pequena e envolvida nas lutas políticas sociais, conheci de perto como agora, o quanto, os esfomeados salvadores da cidade, são capazes de usarem e abandonarem seus incentivadores e mantenedores, no que me incluo, largada por todos como cachorro morto, mas nem por isto, jamais, por uma questão de honra pessoal, serei capaz de ultrapassar as linhas do respeito humano, mesmo com aqueles que desconhecem do que se trata.
Como cronista, metida vez por outra a ser poeta, mas acima de tudo, uma humanista juramentada, respeito a vida que vejo refletida em tudo e em todos, utilizando-me de argumentos balizados, jamais reforçando-os com ataques brutalmente ofensivos, como infelizmente, tornou-se corriqueiro nas redes sociais, e nos convívios, pois, acredito que fatos comprovados, falam por si só e que, as mentiras se esticam, mas não se eternizam e que no íntimo de cada político existe um ser humano e uma história pessoal a ser respeitada.
Constato com a alma em prantos, que as violências das ruas se não bastassem para o tormento humano, ainda estão sendo arrastadas num retrocesso evolutivo incompreensível para a política de minha adorada Ilha de Itaparica, transformando cada pleito eleitoral, num ringue de lutas, onde o sangue derramado é a insensatez da ganância, ampliando a cada quatro anos, o plantel da ignorância de todos os níveis.
E quando em meio a discussão, meu amigo me perguntou o que ganhei, tentando explicitamente cutucar-me nas minhas frustrações, afim de que eu concordasse com as suas praticas, respondo-lhe agora, que em termos materiais, não só não ganhei, como perdi o que já dispunha, em termos de acolhimento, total abandono, mas em termos de aplicação de meus mais sublimes ideais , minha conquista foi completa, afinal, como canta o eterno Rei Roberto Carlos,;” SE CHOREI OU SE SORRI, O IMPORTANTE É QUE EMOÇÕES EU VIVI”
Regina Carvalho- 17.05.2024 Itaparica
*Coloco meu rosto lavado sem retoques, afim de que represente as minhas palavras, sem disfarces e muito menos, sem medo de ser feliz.
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