segunda-feira, 20 de maio de 2024

LIVRE? QUEM, PELO AMOR DE DEUS?

Estou mais uma vez olhando para esta foto, postada no sábado, depois, de ler os comentários e constatar que não sou a única, que viveu em plena liberdade nos anos do Governo militar.

Havia uma linha dura e punitiva para quem se engajava na política, não de esquerda, como afirmam e sim, uma política comunista declarada e assumidamente separatista.

Todavia, para o cidadão comum fora das ideologias e dos movimentos transformadores e radicais de hábitos e valores de todos os níveis, a vida transcorria normalmente, sem abalos, agressões ou qualquer tipo de constrangimentos.


E aí, fico pensando o que será pior; o inferno que passamos a vivenciar depois da suposta derrocada do Governo Militar e que arrastamos até o momento, presos e ilhados por uma violência sem precedentes ou nos anos ditos de chumbo, onde o ir e vir era garantido pela ordem dos direitos individuais?

Quem naquela época precisava de muros altos e cercas elétricas, carros blindados, seguranças e armas na cintura?

Quem precisava fazer malabarismos para manter sua pequena ou grande empresa minimamente equilibrada, não precisando se preocupar com um plano econômico seguido do outro?

Nada entendo de política ou economia e tão pouco, me acho dona de qualquer verdade, apenas, relato as experiências que vivi numa família de pessoas trabalhadoras da classe média carioca sem qualquer vínculo partidário, mas absolutamente tranquila, sem medos reais ou imaginários.

Penso então, na tão divulgada liberdade que a “esquerda”garante ter lutado e visto morrer milhares de jovens em sua maioria ainda quase crianças universitárias, para que hoje, pretos, brancos, índios, gays, pobres, miseráveis e sei lá mais o quê, possa estar desfrutando.

Sim, nestes aspectos, todos podem fazer o que bem entendem, tendo até leis que possam lhes garantir, mas e daí?

Aonde reside a liberdade, se podem serem mortos a cada esquina a luz do sol, abraçados as suas conquistas?

Nunca se matou tanto, se flagelou tanto, ou estou sonhando com um Mad Max urbano?

E aí, será que vivo num país que não o Brasil?

Será que todo o flagelo educacional, social e humano que sou capaz de mensurar, até porque, não só sinto na pele, na alma e no bolso, além das mídias não se cansarem de mostrar é pura ilusão de ótica de uma direitista FDP, exploradora dos oprimidos e inimiga da liberdade?

Não estou agregada a nenhuma ideologia partidária, até porque, toda esta parafernália econômica, social e humana dos últimos cinquenta e poucos anos, só fez mostrar um retrocesso medonho onde direita e esquerda no âmago de suas essências corrompidas em nada se diferem, pois, uma está intrinsicamente ligada a outra em negociações espúrias ao bem estar do país de todos os níveis, inclusive das reservas nacionais de bens, assim como, na manutenção sempre crescente da ignorância cidadã e da violência urbana.

Livre?

Quem, pelo amor de Deus? 

Só se for para dançar ao som dos trios elétricos e dos shows milionários que mantém o povo pobre e sofrido nos 5.565 municípios, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Destes, 73% tem entre 10 e 20 mil habitantes, com a ilusão momentânea de felicidade com o apoio indispensável da cerveja da cachaça e do crack.

Regina Carvalho- 20.05. 2024  Itaparica

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