Lá estava a Regininha no salão do então requintado hotel Quitandinha em Petrópolis com apenas 12 anos, ouvido pela primeira vez in loco, o som incrível de um sax, enquanto, jantava, aprendendo ao mesmo tempo, como me comportar à mesa.
Paixão à primeira vista, como já me era de costume, afinal, o espanto inicial precisava existir em meus sentidos para que a preferência despontasse e se infiltrasse em mim de forma definida.
Foi assim, desde sempre e é claro, que mais adiante, pude compreender que o meu fascínio se deu, exatamente porque, pela primeira vez, estava diante do real e palpável que meus ouvidos já conheciam, através dos Blues, paixão sonora de meu irmão Eugênio, 10 anos mais velho.
Fascínio que ao longo da vida me envolveu, determinando minhas preferências, nem sempre as mais convenientes para o que se esperava na época de minha infância e juventude, assim como agora, no apogeu de minha maturidade que chamam de terceira idade, confessando a você que me lê, tratar-se de uma denominação alheia a minha real visão do que seja estar vivo e ao mesmo tempo em fascínio constante, afinal, a emoção vibrante é a mesma de quando, balançava as perninhas a beira do riacho em Guapimirim ou nas águas transparentes e mornas de minha Ponta de Areia, sentido os peixinhos beliscarem a minha pele.
Fascínio, apenas fascínio pelos deslumbrantes encontros com as minhas afinidades que me ensinaram a voar com pássaros e borboletas e de ser backing vocal das cigarras, nos outonos de minha vida.
Para você que me lê, permita-se fascinar...
Regina Carvalho-06.05.2024 Itaparica
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