Percebi neste amanhecer ao observar o namoro alegre e barulhento de um casal de pássaros que eufóricos no jardim, iam e viam do telhado da garagem aos galhos da amoreira, apenas, vivendo o momento festivamente, levando-me a pensar que apenas nós, humanos racionais, fazemos questão de bagunçar tudo, criando situações e consequentes emoções que de tão tolas e estúpidas, sequer nos deixam perceber o quanto, perdemos de vida, de tempo, prazeres e o que é pior, de tesão.
E aí..., mesmo sabendo por intuição e observação e em seguida, por experimentos pessoais desta realidade bruta que aniquila os benditos instantes presentes, fui esticando parte da corda, porque, afinal, foi tatuado em mim, um sentimento de culpa que exigia atitudes, afim de que eu, por todo o tempo me justificasse em agradecimento ao fato de existir e, portanto, desejar amar, comer e colocar na prática, sonhos e desejos.
Putz, esta é uma tarefa repleta de sentimentos e opressões, duras e pesadas demais para alguém, arrastar consigo a vida inteira...
Culpa que se diversifica, caracterizando-se em mil aparências estéticas que atingem diretamente as expressões emocionais que se perdem na formação dos sentimentos e ambos se embaralham quando, postos a prova no exercício cotidiano das convivências, matando sem qualquer pudor o bendito senso avaliativo e de oportunidade, seja lá do que for estabelecendo-se como prioridade o velho ditado de “trocando alhos por bugalhos” como prato principal, sendo servidos à revelia.
Até quando, permaneceremos presos aos elos da insensatez?
Até quando, cultivaremos fantasmas que nos enlouquecem?
Até quando, desconsideraremos um fim sem dia e horar para chegar?
Até quando, jogaremos no lixo nossas existências, na tola crença de que, precisamos justifica-la, num sem fim assustador?
Bom dia e que a natureza na sua esplêndida e grandiosa naturalidade, lhe inspire carinhosamente a rever seus critérios pessoais.
Regina Carvalho- 31.05.2024 Itaparica
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