Olho pra esta foto e penso em Deus e no quanto, em sua sabedoria e generosidade, presenteou-me, realizando o meu maior desejo que era ser mãe de uma garotinha.
Não uma garotinha ao acaso de uma cópula amorosa, mas uma pérola cultivada nos longos anos de uma espera paciente e de um desejo ardente em estreitar nos braços e na alma, uma parte de mim, elaborada pela universalidade, para me fazer fechar o ciclo das conquistas inestimáveis que fariam de mim, mais que uma mulher, uma predestinada a sentir e conviver em plenitude com o tudo de bom e absolutamente, necessário.
Minha Anna Paula, assumidamente descalçada e peladona, chegou como um raio de luz solar, numa tarde levemente chuvosa, afim de jogar no espaço das inutilidades, sentimentos e emoções inúteis, assim, como todas as frescuras que ornavam as nossas vidas, fazendo saltar dos recôncavos de nossos interiores, as benditas importâncias, enquanto família e seres que se amavam.
Precisei de muito tempo para compreender em toda a sua densidade, o simbolismo de sua existência, a importância que representava a sua energia transgressora e destemida em prol da libertação do melhor existente em cada um de nós.
Os conscientes foram lentos, mas nossas almas, não desperdiçaram uma gota sequer das vibrações por ela emitidas, reforçando nossos laços afetivos, evidenciando o amor que nos nutria.
Nosso núcleo se fortaleceu através de sua existência, fazendo de Roberto, Luiz Claudio e eu, apenas pessoas destinadas a se amarem sem regras e conceitos pré estabelecidos, sem brilhos e cores artificiais, sem sons e imagens enganadoras, tão somente, emoções imutáveis.
Fomos compreendendo sem alardes e alegorias, a importância do amor sustentável, que garantia sem qualquer interferência, a força gigantesca dos laços afetivos de uma união amorosa, onde nada mais importava que o real bem estar de cada um de nós, irremediavelmente, juntos.
Fecho este texto matinal, relembrando a constatação do mestre português das letras e do real a ser considerado, nesta breve e fascinante vida.
“ Tudo vale a pena quando, a alma não é pequena”(Fernando Pessoa)
Regina Carvalho-15.05. 2024 Itaparica
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