De todos os
meses do ano, junho sempre foi o meu favorito, pois, foi através dele, que retive
em minha mente, as mais singelas e preciosas lembranças da minha infância e adolescência.
Mês de festas
e folguedos, de arraiais e guloseimas, mês dos santos e das bandeirolas que
colorem o imaginário.
Ainda me
lembro, já faz tanto tempo, da animação de minha mãe que junto a algumas
vizinhas, organizava as festas, enfeitando a rua, motivando a todos nós.
Era bom
vê-la por horas, no quintal lá de casa, colando no barbante, as intermináveis
bandeirinhas com a grossa cola de farinha, movimentando a garotada, numa tarefa
inesquecível.
Época das
sanfonas e de muita religiosidade, das batatas doces e dos bolos de milho, dos
chapéus de palha e dos vestidos xadrezes, esbanjando colorido nas danças das
quadrilhas.
Saudades daquele
tempo em que, arisca, provava do quentão às escondidas, entre a canjica e o
milho verde, enquanto, a fogueira com suas brasas estalantes, tão somente, esquentava
meu coração de menina...
Sonhava
vestir-me de noiva, no casório do arraial, por um único momento, numa noite de
são João, mas foi no dia de São Pedro, que finalmente, o vesti.
Lá se vão 52
anos de grandes e profundas emoções pois, os fogos que por lá estouraram, cobrindo
o céu de mil estrelas, coloriram também o meu rosto, minha alma e minha vida.
Viva Santo
Antônio, Viva São João, Viva São Pedro, viva o bendito mês de junho, viva os
sonhos de todos nós.
Que neste
junho atípico de doenças e muitas mortes, sejamos capazes de rogar à Deus, um
pouco mais de humanidade.
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