quinta-feira, 11 de junho de 2020

DE REPENTE...



As madrugadas são altamente reveladoras, tanto das almas quanto, das posturas humanas e, para um observador atento, será sempre um prato farto a ser degustado.
E no caso, refiro-me especificamente ao processo político em ano eleitoral, onde os tatus saem de seus buracos confortáveis e seguros e, a princípio muito discretamente, vão deixando aparecer parte de seus focinhos, numa espécie de inspeção geral do terreno à sua volta e aos poucos, muito cautelosamente, vão deixando-se aparecer e, até mesmo, já não ligando mais sequer com os demais animais, que por sua vez, saem com o mesmo propósito.
De repente, o externo que sequer enxergavam, torna-se sua bandeira de batalha diária, saltando buracos, vencendo demandas, tão somente para se fazerem notados.
Onde estavam durante 3 anos que não foram vistos ou sequer ouvidos?
De repente, tornam-se os salvadores dos fracos e oprimidos, e o pior disso tudo, é que esta artimanha descarada e mentirosa tornou-se uma simbiose contínua desde que surgiu a democracia.
Os tatus saem dos seus esconderijos e, muitos deles até de outras paragens, vão entrando em cena num variado convencimento teatral, e nós, bobalhões de plantão, até acreditamos que irão nos salvar com a comédia mambembe, da nossa realidade cruel.
E aí, se não bastasse toda esta desfaçatez, ainda existem aqueles ainda mais convincentes, que apesar de nada fazerem depois de eleitos, se eternizam no engodo de infinitos mandatos, não se dando ao trabalho sequer de renovarem-se a cada eleição, num continuísmo causticante, digno de um povo tabaréu.
Eles fingem que se manterão em cartaz nos fazendo felizes e, nós, fingimos que eles atuaram por longos e dolorosos três anos, onde a lama, o lixo e o abandono são os cenários principais.

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