As
madrugadas são altamente reveladoras, tanto das almas quanto, das posturas
humanas e, para um observador atento, será sempre um prato farto a ser
degustado.
E no caso,
refiro-me especificamente ao processo político em ano eleitoral, onde os tatus
saem de seus buracos confortáveis e seguros e, a princípio muito discretamente,
vão deixando aparecer parte de seus focinhos, numa espécie de inspeção geral do
terreno à sua volta e aos poucos, muito cautelosamente, vão deixando-se
aparecer e, até mesmo, já não ligando mais sequer com os demais animais, que
por sua vez, saem com o mesmo propósito.
De repente,
o externo que sequer enxergavam, torna-se sua bandeira de batalha diária,
saltando buracos, vencendo demandas, tão somente para se fazerem notados.
Onde estavam
durante 3 anos que não foram vistos ou sequer ouvidos?
De repente, tornam-se
os salvadores dos fracos e oprimidos, e o pior disso tudo, é que esta artimanha
descarada e mentirosa tornou-se uma simbiose contínua desde que surgiu a
democracia.
Os tatus
saem dos seus esconderijos e, muitos deles até de outras paragens, vão entrando
em cena num variado convencimento teatral, e nós, bobalhões de plantão, até
acreditamos que irão nos salvar com a comédia mambembe, da nossa realidade
cruel.
E aí, se não
bastasse toda esta desfaçatez, ainda existem aqueles ainda mais convincentes,
que apesar de nada fazerem depois de eleitos, se eternizam no engodo de infinitos
mandatos, não se dando ao trabalho sequer de renovarem-se a cada eleição, num continuísmo
causticante, digno de um povo tabaréu.
Eles fingem
que se manterão em cartaz nos fazendo felizes e, nós, fingimos que eles atuaram
por longos e dolorosos três anos, onde a lama, o lixo e o abandono são os
cenários principais.
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