As redes sociais para quem gosta de estudar a psicologia da
alma humana constituem sem dúvida uma “disciplina pedagógica” intensiva e
esclarecedora, mantendo as aparentes distâncias
e os supostos anonimatos garantem, como drogas estimuladoras, visões fantasiosas
de uma liberdade que não é real, abrindo falsas janelas, onde cada criatura
projeta em painéis pessoais a essência transparente de si mesmo, numa constante realidade visível aos demais.
Antes delas existirem, minhas pesquisas se centravam na
sempre paixão pelas biografias, forma escancarada de narrativa que mesmo sendo
manipulada ao estilo do escritor, reserva em si as características mais
acentuadas e repetitivas do narrado, expondo seus cotidianos.
Outra forma eram as reportagens policiais que, seguindo as
mesmas regras sensacionalistas dos títulos chamativos e dos exageros
emocionais, trazem indiscutivelmente a infinita capacidade humana em deixar
aflorar por variadas motivações a sua incapacidade cognitiva em integrar à sua
realidade ao tudo mais, precisando continuamente criar um mundo pessoal
paralelo, onde só ele, verdadeiramente importa.
Comparando os meios de participação individual interativa com
o coletivo, as redes sociais, ganharam espaço e simpatia de forma indiscriminada,
justo, porque descortina uma variante imensa de opções, além de permitir a cada
pessoa um certo lugar ao sol que, fora dela, praticamente não existe.
Daí, o estonteante volume de bizarrices das mais variadas
expressões que encontram adeptos fiéis e apaixonados, levando a cada um, um
pouco ou muito do que gostaria de ser, num cruzamento de afinidades surreais,
levando-me também à conclusão que a
solidão foi e continua sendo o vazio mais presente, como um silencioso e
incômodo hiato, no cotidiano da alma de todos nós.
Explicação plausível para o determinismo extremista que se
apresenta, onde o que eu penso ou acho é o que verdadeiramente importa,
criando-se divisões de todas as naturezas, numa parafernália multifacetada de
verdades que intensificam o maldito separatismo, expressão máxima da estupidez
humana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário