Estou
abismada com a pouca consideração que nós brasileiros estamos oferecendo a esta
pandemia que se alastrou como rastilho de pólvora por todo este mundo.
Somos um
povo de uma nação dividida, sem parâmetros confiáveis, e aí, salve-se quem
puder, mesclando nas posturas individuais, histerismo, alienação ou
oportunismo.
As redes de comunicação, que são concessões
governamentais, deveriam ter um mínimo de ética nas suas informações ao público,
ao invés de massificar o cidadão 24 horas por dia com notícias que se repetem
como discos quebrados e que tem como objetivo adentrar nas mentes como induções
cerebrais, usando todos os seus recursos, inclusive de astros e celebridades do
momento, como condutores de suas mensagens, altamente contaminadas com o vírus
mortal dos interesses puramente comerciais, que como qualquer outro vírus, se
mostra invisível e altamente contagioso, contando com um batalhão de
colaboradores, todos inseridos no contexto do exclusivismo, mas usando
descaradamente a ingenuidade, a insegurança, mas principalmente a ignorância da
maior parte do nosso povo.
Por outro
lado, o país elegeu um presidente da República que representa a força contrária
a esse vírus mortal que sugou as economias do país, enganou com privilégios
pífios uma camada carente da população.
Todavia, sem
preparo intelectual para esta guerra, cujas armas são puramente emocionais, troca
as mãos pelos pés, através de posturas totalmente inadequadas, mas que
representam as reações de grande parte dos cidadãos de um país, rico em tudo,
mas pobre no quesito humanidade, tirando de todos nós, o restinho de respeito
as instituições nacionais.
Estamos
literalmente entre o Diabo e o Diabo, buscando em cada um deles o bendito Deus
salvador, que nos oriente e nos dê um rumo mais sensato e menos contaminado, mas
infelizmente, como de costume, o poderoso, nos deixa sozinhos com os nossos
livres-arbítrios.
Deixamos de
ser uma unidade federativa, representada por belas e ricas regiões com povos de
tradicionais hábitos e costumes, para tão somente sermos, brancos ou negro,
héteros ou gays, ricos ou pobres, mas todos, inconscientemente, sendo
manipulados pelos cartéis da improbidade.
Dissemos nas
urnas apaixonadamente um não à continuidade de uma roubalheira desenfreada, vírus
mortal que aprisiona milhões de criaturas na dependência de migalhas, mas não
mudamos a forma de enxergar a política e os nossos políticos e continuamos,
cada qual, de seu lado partidário, flagelando o país e seu povo.
O CODIV 19
tem sido a cada dia e em cada parte deste país, o retrato duro e cruel do que,
infelizmente, nos transformamos. Afinal, também a cada instante, transformamos
os outros em invisíveis e, com a nossa inconsequência, deixamos de ser pessoas
e passamos a ser mais um vírus mortal, repletos de firulas e falsos valores,
pensando unicamente em nós.
Durante anos
a fio, escrevo e falo sobre o pior mal que a esquerda fez ao país, afinal, ela
dividiu o cidadão em categorias, matando a unidade que, mesmo idiotamente, a
alimentava.
Tínhamos
nossas diferenças e preconceitos, mas com certeza, poderíamos ter encontrado
uma forma menos mortal de corrigir estas chagas, que não fosse a destruição de
nossas crenças e valores.
Somos hoje,
uma terra de ninguém, onde cada líder quer mais audiência, mais aplausos, mais
dinheiro, como se não houvesse amanhã.
Como fazer
uma família, onde 5 ou até 10 pessoas dividem um ou dois cômodos de um arremedo
de residência, acreditar que máscaras, luvas e álcool que não podem comprar,
salvarão suas vidas?
Que vida,
afinal de contas?
Se elas
morrem de doenças provocadas pela alimentação precária e pela falta mínima de
assistência de todos os níveis, elas morrem, através da violência que as cercam,
e elas matam, pelos mesmos motivos.
E nós,
pensadores tupiniquins da esquerda ou da direita, batemos continência para as
forças armadas, como se eles, na figura de seus mandatários, não fossem pessoas
e brasileiros, sujeitos também à contaminação.
Enquanto
isso, vamos a Igreja e doamos ao Pastor, falsário contumaz, parte do farelo recebido
nas filas quilométricas da Caixa Econômica ou nas lotéricas, a fim de agradá-lo,
na esperança ignorante que Deus, finalmente saia da constante e cômoda
observação dos nossos sofrimentos e venha nos salvar.