quarta-feira, 9 de outubro de 2019

O BOM PARA MIM, PRECISA SER PARA VOCÊ TAMBÉM



Quando vamos às urnas e depositamos o nosso voto, imediatamente estamos garantindo uma nova situação pessoal ao candidato, abrindo-lhe as portas de inúmeras benécias que o status de autoridade oferece, portanto, este é o maior oferecimento que podemos ofertar, pois a partir daí, o então eleito, tem a obrigação de em contrapartida, cuidar da cidade, estado ou país, resolvendo com precisão e acima de tudo imparcialidade, as demandas que se apresentam.
Não cabe ao eleitor se tornar voluntário de absolutamente nada e muito menos oferecer soluções, pois parte-se do princípio que o mesmo foi eleito com base em suas propostas de projetos, que foram a base de sua campanha.
Quanto a fazer-se política, todo cidadão sem distinção de cor, credo ou nacionalidade, o é, pois, o fato primário de existir em sociedade, já o torna um sujeito interativo e política é interatividade, desde a ida a padaria, esperando-se um pão de qualidade, até a convivência com vizinhos e amigos, portanto, este argumento chulo de que devemos oferecer soluções a quem foi eleito e ganha muito bem, além de dispor de recursos financeiros e de profissionais imagina-se qualificados, não tem o menor sentido prático e racional.
Bom seria se as pessoas pudessem se educar o suficiente para compreenderem o conceito de democracia e de sociedade participativa, onde cada cidadão é um agente de preservação de seu meio ambiente, onde tudo, absolutamente tudo tem relevância, começando com o bem-estar a partir de si, nas suas condutas e no entendimento da noção de grupo.
A figura chamada, geralmente sem critérios de oposição, mas que na realidade crua em sua maioria é aquele que não se conforma com as ações chamadas de meias bocas ou eleitoreiras, é o responsável pela não acomodação dos agentes políticos, pois é público e notório que ao serem eleitos, são contaminados por um germe chamado acomodação partidária, onde passam a dirigir suas ações, privilegiando seus aliados, além de pagarem dívidas de campanhas e em dado momento, também passam a realizar obras impactantes que comovem o eleitor e que o leva a votar sistematicamente no mesmo, como se esse fosse a resposta de seus apelos, mas esquecendo-se de observarem as reais intenções embutidas em tais ações.
Enquanto, formos pelo caminho do egocentrismo com a falta de visão do todo social, restringindo nossas ideias e ideais ao nosso mundo restrito de amigos e companheiros  partidários, estaremos deixando brechas enormes para que o separatismo social se expanda, proliferando as mazelas que no final das contas, de uma forma ou de outra, atinge a todos indiscriminadamente.
A violência urbana é talvez a mais dura e cruel de todas, aliada a ignorância de todos os níveis.
Enfim, não é fácil transformar-se em cidadão consciente, mas aos poucos, se houver real vontade de evoluir de forma cidadã, abrindo a mente para as observações mais apuradas, compreendendo paulatinamente, que para algo ser ótimo para si, precisa pelo menos ser bom e razoável para os demais, certamente, estar-se-á buscando uma luz no final do túnel.
E aí, é possível que em certo momento, as atuais dúvidas ou enganos avaliativos se transformem em possibilidades de maiores visões periféricas entre o real e o fantasioso em relação ao que queremos ou somos induzidos a acreditar.


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