Quando vamos às urnas e depositamos o nosso voto,
imediatamente estamos garantindo uma nova situação pessoal ao candidato,
abrindo-lhe as portas de inúmeras benécias que o status de autoridade oferece,
portanto, este é o maior oferecimento que podemos ofertar, pois a partir daí, o
então eleito, tem a obrigação de em contrapartida, cuidar da cidade, estado ou
país, resolvendo com precisão e acima de tudo imparcialidade, as demandas que
se apresentam.
Não cabe ao eleitor se tornar voluntário de absolutamente
nada e muito menos oferecer soluções, pois parte-se do princípio que o mesmo
foi eleito com base em suas propostas de projetos, que foram a base de sua
campanha.
Quanto a fazer-se política, todo cidadão sem distinção de
cor, credo ou nacionalidade, o é, pois, o fato primário de existir em sociedade,
já o torna um sujeito interativo e política é interatividade, desde a ida a
padaria, esperando-se um pão de qualidade, até a convivência com vizinhos e amigos,
portanto, este argumento chulo de que devemos oferecer soluções a quem foi
eleito e ganha muito bem, além de dispor de recursos financeiros e de
profissionais imagina-se qualificados, não tem o menor sentido prático e racional.
Bom seria se as pessoas pudessem se educar o suficiente para
compreenderem o conceito de democracia e de sociedade participativa, onde cada
cidadão é um agente de preservação de seu meio ambiente, onde tudo,
absolutamente tudo tem relevância, começando com o bem-estar a partir de si,
nas suas condutas e no entendimento da noção de grupo.
A figura chamada, geralmente sem critérios de oposição, mas
que na realidade crua em sua maioria é aquele que não se conforma com as ações
chamadas de meias bocas ou eleitoreiras, é o responsável pela não acomodação
dos agentes políticos, pois é público e notório que ao serem eleitos, são
contaminados por um germe chamado acomodação partidária, onde passam a dirigir
suas ações, privilegiando seus aliados, além de pagarem dívidas de campanhas e
em dado momento, também passam a realizar obras impactantes que comovem o
eleitor e que o leva a votar sistematicamente no mesmo, como se esse fosse a
resposta de seus apelos, mas esquecendo-se de observarem as reais intenções
embutidas em tais ações.
Enquanto, formos pelo caminho do egocentrismo com a falta de
visão do todo social, restringindo nossas ideias e ideais ao nosso mundo restrito
de amigos e companheiros partidários,
estaremos deixando brechas enormes para que o separatismo social se expanda,
proliferando as mazelas que no final das contas, de uma forma ou de outra,
atinge a todos indiscriminadamente.
A violência urbana é talvez a mais dura e cruel de todas,
aliada a ignorância de todos os níveis.
Enfim, não é fácil transformar-se em cidadão consciente, mas
aos poucos, se houver real vontade de evoluir de forma cidadã, abrindo a mente
para as observações mais apuradas, compreendendo paulatinamente, que para algo
ser ótimo para si, precisa pelo menos ser bom e razoável para os demais,
certamente, estar-se-á buscando uma luz no final do túnel.
E aí, é possível que em certo momento, as atuais dúvidas ou
enganos avaliativos se transformem em possibilidades de maiores visões
periféricas entre o real e o fantasioso em relação ao que queremos ou somos
induzidos a acreditar.
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