sábado, 1 de setembro de 2018

VARINHA MÁGICA



Não existiu até o momento, um só dia em que eu e Roberto saíssemos de carro para percorrer a cidade sem que, nos sentíssemos absolutamente surpreendidos com a cara de pau de nossos governantes, quanto a afirmativa de que trabalham para o povo.
Ontem, a cocada da vez, foi o passeio realizado próximo ao fórum em Bom Despacho que estava sendo refeito em parte e que, tão logo meses passados foi concluído, comentei com o Roberto que logo estaria estragado, principalmente por não terem colocado travamento no meio fio.
Esse é apenas um exemplo dos infinitos e grotescos disparates nas obras que fui constatando ao longo dos anos e, pensar que sou jornalista e não engenheira, mestre de obras, calceteira ou sabe se lá o que mais.
O custo de tantas mal feituras?  Sabemos nós os valores, pois com certeza dói de forma arrasadora nos cofres públicos.
Não se trata de ser oposição ou não ter descido do palanque, trata-se de uma constatação dolorosa de uma cidadã em ver no século 21, uma cidade linda a poucos quilômetros de uma expressiva capital, entregue dolorosamente às baratas à espera do momento em que se torne prioridade nas agendas executivas e judiciárias.
Sou carioca e conheço bem a realidade das favelas, pois já existiam quando eu nasci, mas mesmo naquela época, sem traficantes (sessenta anos passados), a qualidade espacial era infinitas vezes melhor para cada residente que a encontrada hoje em qualquer bairro (comunidade) existente em nossa cidade.
E de quem é a culpa, só dos governantes?
A culpa é de todos nós que nos calamos e aplaudimos, atacamos e vaiamos, mas em momento algum somos capazes de formar um núcleo de união para defender o nosso pedaço de chão, celeiro de glórias, poder e fartura para alguns, sofrimento e pobreza para a maioria.
No bendito dia em que a juventude (devidamente educada), puder compreender que cada erro, abandono, falta de ações ou improbidade dos governantes, tira deles o direito de viver com mais dignidade, certamente a partir daí nossa cidade adentrará no rumo de um real progresso.
Sugiro que olhem sem paixão de qualquer natureza e depois me digam se estou exagerando. Afinal, no decorrer dos muitos anos desde que aqui cheguei e me encantei, só pude constatar com muita tristeza, a cidade ir se deteriorando, a despeito de seu povo bonito e acolhedor, não havendo real progresso continuado em nenhuma área.
Tudo muito precário e se continuarmos nesta equação esquisita e sem nexo, nos próximos 20/30  anos, tudo poderá ser comparado a idade da pedra, pois só sobrará, pedra sobre pedra, fazendo da biologia milagre Divino, pois renascerão milagrosamente os Tupinambás, já armados de tacape e declamando os versos de Viva o Povo Brasileiro de João Ubaldo Ribeiro, tendo como plateia, remanescentes escravos africanos com a brava liderança de Maria Felipa, tão somente para aplaudirem o articulado cacique e defenderem a costa devastada de lixos urbanos, deixados pelos ilustres antepassados.
Todavia, a semana está terminando e terça-feira vem aí, o tão esperado dia “D”com grandes novidades.
O que será? Será o quê?
Pilim Plim Plim da varinha mágica das obras públicas, finalmente vai funcionar?
Aguardemos com fé em Deus e em todos os orixás, porque em matéria de “Divino e de água”, estamos sempre muito bem cercados.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

BOROGODÓ e o tudo de bom...

Abro os olhos e algo assoprou em meus ouvidos BOROGODÓ e aí, como sei o que significa, questiono-me, afinal, como pensar nesta síntese absol...