Não existiu
até o momento, um só dia em que eu e Roberto saíssemos de carro para
percorrer a cidade sem que, nos sentíssemos absolutamente surpreendidos com a
cara de pau de nossos governantes, quanto a afirmativa de que trabalham para o
povo.
Ontem, a
cocada da vez, foi o passeio realizado próximo ao fórum em Bom Despacho que
estava sendo refeito em parte e que, tão logo meses passados foi concluído,
comentei com o Roberto que logo estaria estragado, principalmente por não terem
colocado travamento no meio fio.
Esse é
apenas um exemplo dos infinitos e grotescos disparates nas obras que fui
constatando ao longo dos anos e, pensar que sou jornalista e não engenheira,
mestre de obras, calceteira ou sabe se lá o que mais.
O custo de
tantas mal feituras? Sabemos nós os
valores, pois com certeza dói de forma arrasadora nos cofres públicos.
Não se trata
de ser oposição ou não ter descido do palanque, trata-se de uma constatação
dolorosa de uma cidadã em ver no século 21, uma cidade linda a poucos
quilômetros de uma expressiva capital, entregue dolorosamente às baratas à espera
do momento em que se torne prioridade nas agendas executivas e judiciárias.
Sou carioca
e conheço bem a realidade das favelas, pois já existiam quando eu nasci, mas
mesmo naquela época, sem traficantes (sessenta anos passados), a qualidade
espacial era infinitas vezes melhor para cada residente que a encontrada hoje
em qualquer bairro (comunidade) existente em nossa cidade.
E de quem é
a culpa, só dos governantes?
A culpa é de
todos nós que nos calamos e aplaudimos, atacamos e vaiamos, mas em momento
algum somos capazes de formar um núcleo de união para defender o nosso pedaço
de chão, celeiro de glórias, poder e fartura para alguns, sofrimento e pobreza
para a maioria.
No bendito
dia em que a juventude (devidamente educada), puder compreender que cada erro,
abandono, falta de ações ou improbidade dos governantes, tira deles o direito
de viver com mais dignidade, certamente a partir daí nossa cidade adentrará no
rumo de um real progresso.
Sugiro que olhem
sem paixão de qualquer natureza e depois me digam se estou exagerando. Afinal,
no decorrer dos muitos anos desde que aqui cheguei e me encantei, só pude
constatar com muita tristeza, a cidade ir se deteriorando, a despeito de seu
povo bonito e acolhedor, não havendo real progresso continuado em nenhuma área.
Tudo muito
precário e se continuarmos nesta equação esquisita e sem nexo, nos próximos 20/30 anos, tudo poderá ser comparado a idade da
pedra, pois só sobrará, pedra sobre pedra, fazendo da biologia milagre Divino,
pois renascerão milagrosamente os Tupinambás, já armados de tacape e declamando
os versos de Viva o Povo Brasileiro de João Ubaldo Ribeiro, tendo como plateia,
remanescentes escravos africanos com a brava liderança de Maria Felipa, tão
somente para aplaudirem o articulado cacique e defenderem a costa devastada de
lixos urbanos, deixados pelos ilustres antepassados.
Todavia, a
semana está terminando e terça-feira vem aí, o tão esperado dia “D”com grandes
novidades.
O que será? Será
o quê?
Pilim Plim Plim
da varinha mágica das obras públicas, finalmente vai funcionar?
Aguardemos
com fé em Deus e em todos os orixás, porque em matéria de “Divino e de água”,
estamos sempre muito bem cercados.
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