Esperar o
início da sessão que geralmente atrasa já habituais 30/40 minutos, certamente é
enfadonho, principalmente num local em que falta a refrigeração devida em uma
cidade onde o calor não só pode ser abrasador, como estimulador do
desencadeamento de um mal humor contagiante, ainda mais se levarmos em
consideração as intenções de embates que, camuflados, se expressam através de
apertos de mãos e sorrisos.
Para um
razoável observador, não só o calor incomoda, como as péssimas condições da
maioria das cadeiras, assim como a limpeza das mesmas que deixa a mostra teias
de aranha e pó de poeira acumulados, sufocando a qualquer pessoa que, como eu,
sofra mesmo levemente de problemas pulmonares.
Todavia,
isso é só o começo de uma longa e desanimadora observação de pessoas que
procuram enxergar bem mais além do lugar comum, buscando entendimento dos
comportamentos humanos com o objetivo único de não ser mais uma a incorrer nos
mesmos vícios de atacar ou se defender frente à qualquer demanda, seja pública
ou não, pois na realidade todas se tornam privadas pela incapacidade do ser
humano, salvo raras exceções, de se ater ao foco das questões que estão sendo
discutidas.
Bem, aí
começa a problemática, pois as ações em pauta são colocadas com o agravante da
culpa, buscando castigo, e, consequentemente, a resposta vem através da
vitimização, buscando perdão.
E aí, neste emaranhado
confuso de intenções e prática, a única novidade, pelo menos para mim, foi o
terno novo do “vereador Nixon” que o tornou, certamente, o mais elegante dos
edis presentes, não esquecendo da sua sempre irreverência, que, afinal,
contagia e nos faz sorrir.
Bom seria que
os básicos propósitos das pessoas presentes fossem capazes de derreter a
geleira da proteção da vaidade e dos interesses individuais, abrindo espaço
para adentrar o contraditório respeitoso e, a partir daí, todos pudessem
dialogar, ampliando e enriquecendo assim toda e qualquer perspectiva,
independentemente dela ser pública ou privada, com o propósito único deste tal
de BEM COMUM, tão falado, mas pouco exercitado, seja na mente ou na prática.
Mas o mais
triste que constatei foi o fato das alunas do ensino fundamental, todas
adolescentes saudáveis, não saberem que a casa da cidadania é a casa do povo e
que nela o acesso é livremente permitida por lei. Afinal, precisou que uma se
arriscasse a buscar autorização e, ainda assim, precisou insistir para que as
outras acreditassem que poderiam adentar no salão nobre, mesmo enxergando a
porta aberta e por ela passando dezenas de vizinhos e amigos de suas
comunidades.
E aí, me
pergunto:
Como cobrar
cidadania desta juventude mal instruída nos seus mínimos direitos?
Como esperar
que votem com consciência se sequer entendem as funções das instituições de seu
país?
Que educação
familiar e escolar os jovens estão recebendo, além de se tornarem megafones repetidores
da improbidade sistêmica?
Ir à Câmara dos
Vereadores de Itaparica, e provavelmente de qualquer outro local, é sempre muito
revelador...
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