Olho para
uma sólida construção datada de 200 anos atrás, curto sua estrutura bruta e, ao
mesmo tempo, a leveza de seus contornos e adornos, sem esquecer da precariedade
instrumental e da escassez de técnicas e, no entanto, lá está ela, monumental
em sua grandeza de obra de arte, produzida pelo hábil homem.
Olho as
obras de grandes e expressivos pintores ou ouço as árias de eternizados clássicos
de alguns remotos compositores e os enxergo nas mesmas condições precárias de
referências; e penso inevitavelmente nas suas tenacidades.
Leio
romances e poemas de históricas criaturas, cujas vidas geralmente curtas foram
entremeadas de grandes sofrimentos e vislumbro, em cada um deles, a resiliência
e a capacidade de irem bem mais além de seus próprios universos, adentrando num
espaço infinito, onde o mísero cotidiano jamais poderia alcançar.
Olho para
mim, neste reduzido pedaço de Ilha e me sinto e me enxergo com as asas da
imaginação cortando nuvens, no meu voo livre, buscando sóis e chuvas, ventos e
tempestades, águas correntes de vida e liberdade.
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